segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Fim de semana
Porque vamos ser honestos né... se o que dói nela dói em mim, e o que faz ela feliz me faz feliz, é tudo uma questão de terceira pessoa do plural. Um conjunto. Um par. Um casal.
Igualmente felizes, igualmente infelizes.
Espelhos.
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Analfabetos do amor - Nelson Rodrigues
2. Mas o que eu queria dizer é o óbvio ululante, ou seja: - Com Adão e Eva houve o primeiro flerte, o primeiro namoro, o primeiro casamento. Eu ia acrescentar - e a primeira infidelidade. Mas trair com quem? Quero crer que Eva foi, talvez contrafeita, uma mulher rigorosamente fiel. Eu imagino o que teria sido, num confortável paraíso, a noite de núpcias do primeiro casal.
3. Pois bem. Isso ocorreu há muito tempo. Eu vos digo: essa experiência amorosa, que vem através dos milênios, não nos adianta de nada, nem nos abriu os olhos. O homem, que sabe de tudo, nada sabe de amor. Eu diria, se me permitem, que em amor o homem é tão analfabeto como um pássaro. Ou melhor: o pássaro tem, a seu favor, a vantagem do instinto puro, livre e clarividente. Ao passo que cada um de nós carrega, nas costas, não sei quantos preconceitos, não sei quantos equívocos. Eis a verdade: Falta-nos a espontaneidade de uma cambaxirra. E vou mais longe - o nosso amor é triste.
4. Olhem em torno. Vejam os namorados que conhecemos. Eles amam sem alegria, sim, todo o mundo ama sem alegria. Essa tristeza, inerente ao sentimento amoroso, decorre de que não sabemos amar. O homem mais sensível e lúcido é, diante do ser amado, um incerto ou, pior do que isso, um inepto. Ele não sabe o que dizer, o que fazer, o que pensar. O que nós chamamos "romance" é a soma de erros, de equívocos engraçadíssimos. Vejam: - não encontramos palavra justa, exata, perfeita; não nos ocorre o galanteio que o ser amado desejaria escutar.
5. E, no entanto, a partir de Adão e Eva, o homem já teve bastante tempo para aprender como gostar, como amar. O amor exige, entre dois seres, uma linguagem própria, um idioma específico. Mas não usamos essa linguagem ou parecemos não entender esse idioma. As pessoas que menos entendem - como se falassem línguas diferentes - são as que se amam. Dir-se-ia que o amor, em vez de unir, separa. Cabe então a pergunta - por quê? É simples. Porque amamos errado, porque não sabemos amar.
6. A rigor, o momento mais doce do amor é o flerte. O flerte não dilacera, não envenena. Um simples olhar, de uma luz mais viva; um sorriso leve é quanto basta para que dois seres experimentem a esperança de uma comunhão docemente infinita. Mas o flerte - eu prefiro o flerte à paquera - o flerte é, normalmente, uma promessa que não se cumpre. Pois, em seguida, o namoro abre uma fase de perspectivas inquietantes. Fala-se em 'briga de namorados', tão comum e, eu diria mesmo, obrigatória. Mas não são os pequeninos atritos que marcam e vão, pouco a pouco, ferindo e destruindo o sentimento amoroso.
7. Se o homem soubesse amar não elevaria a voz nunca, jamais discutiria, jamais faria sofrer. Mas ele ainda não aprendeu nada. Dir-se-ia que cada amor é o primeiro e que os amorosos dos nossos dias são tão ingênuos, inexperientes, ineptos, como Adão e Eva. Ninguém, absolutamente, sabe amar. D. Juan havia de ser tão cândido como um namoradinho de subúrbio. Amigos, o amor é um eterno recomeçar. Cada novo amor é como se fosse o primeiro e o último. E é por isso que o homem há de sofrer sempre até o fim do mundo - porque sempre há de amar errado.
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Shortbus

O Shortbus (referência aos ônibus escolares amarelos típicos da vida americana) é um clube underground em Nova Iorque onde as pessoas se reúnem para conversar, discutir arte, política, beber, dançar e fazerem sexo no melhor estilo dos anos áureos da liberação sexual. Só que o cenário agora é uma NY pós-11 de setembro, pós-aids e os protagonistas são personagens desses que encontramos de montão em todas as grandes cidades do mundo. Para amarrar sua história, Mitchell nos faz conhecer Sofia, uma terapeuta que nunca teve um orgasmo, embora finja ser a mais saciada das esposas para o marido Rob. Ao tentar ajudar um casal gay cuja relação não anda lá muito animada, ela é levada por eles para o tal clube. Lá ela vai conhecer Severin, uma dominatrix, um jovem voyeur, um velho político e outras criaturas que, pouco a pouco, vão mostrando como deixar de lado as aflições e angústias com a mais prática das receitas: faça amor não faça a guerra.
Embora estejamos contando isto, tentando manter a maior serenidade, ver Shortbus não deixa de despertar uma certa excitação voyeurística e também a curiosidade de saber como foi possível rodar tudo aquilo com tanta tranqüilidade. Passeando pela web não é difícil encontrar fatos pitorescos relacionados ao projeto do realizador. Mitchell, em primeiro lugar, queria fazer um filme sobre sexo, mas que fosse bem humorado, e cujos atores estivessem disponíveis para todas as travessuras que ele imaginava. Para compor o elenco, ele então colocou um anúncio na Internet e recebeu 500 fitas de candidatos. Desses, ele selecionou 40 que tiveram de gravar uma cena de 10 minutos contando uma experiência sexual que tiveram.
Depois, ele realizou oficinas com os escolhidos e os atores foram também participando da elaboração do roteiro e dos diálogos. O resultado é convincente para este tipo de obra, pois Mitchell, como já fizeram outros diretores, soube dosar fantasia e vida real na medida certa. O casal gay James e Jamie são mesmo namorados, Justin Bond é realmente uma famosa drag-queen novairoquina e para filmar as cenas de orgia, o próprio Mitchell e os cinegrafistas ficaram todos nus. Se ao lerem esse texto, vocês ficarem instigados, não hesitem. Shortbus não é nenhuma obra-prima revolucionária, mas vale a pena ser visto. Tem gente bonita, engraçada, uma trilha musical bacana e assume de uma forma clara e direta que namorar sem culpa faz um bem danado.
-Revista O Grito-
domingo, 28 de setembro de 2008
Dar não é fazer amor - L. F. Veríssimo
esperar ouvir futuro. Dar é bom, na hora. Durante um mês. Para os mais desavisados, talvez anos.
Mas dar é dar demais e ficar vazio. Dar é não ganhar. É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro. É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir. É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar: "Que que cê acha amor?". É não ter companhia garantida para viajar. É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia. Dar é não querer dormir encaixadinho... É não ter alguém para ouvir seus dengos... Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito. Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor. Esse sim é o maior tesão. Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar
Experimente ser amado...
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Good mood, good weather.
Aiai, essa semana foi tão agradável.
terça-feira, 12 de agosto de 2008
Kulturfest
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
You know what I mean...
domingo, 10 de agosto de 2008
Podes crer
Seja você quem for eu te conheço muito bem e isso faz bem pra mim, isso faz bem pra vida. Onde quer que vá eu vou estar também, eu vou me lembrar daquela canção que diz parapapapa...
Bendito. Encontro. Na vida. Amigo.
É tão forte quanto o vento quando sopra, tronco forte que não quebra, não entorta. Podes crer, podes crer, eu tô falando de amizade.
sábado, 9 de agosto de 2008
Sexta-feira = Alcool = Reflexão
Mas quer saber? Eu preciso mesmo de alguem que me ame, eu preciso ser amada. Estou cansada de ser compreensiva demais, enteder demais as pessoas e não enteder mim mesma... isso cansa.
Eu queria ter a liberdade de gritar 'eu te amo' e escutar isso de volta. Eu quero fazer bem a mim também. Quero meu devido valor, porque eu mereço.
E pra quem não me ama, quero que tome no cú. Que viva a sua vida, seus problemas, seus conflitos e me deixe em paz.
É isso aí.
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
Filme: O Homem com a Camera
É um documentário de 1929, que mostra um dia típico da cidade de Moscou. Pela data do filme não é preciso dizer que ele é mudo, mas há uma versão que re-constrói, com base nas anotações do compositor, a trilha sonora que dava o rítmico estonteante quando a obra era exibida nos grandes cinemas com o acompanhamento de uma orquestra.
O diretor soviético Dizga Vertov foi conhecido pela sua proposta de mostrar a realidade nos seus filmes. Era contra o cinema de ficção e escreveu um manifesto chamado Revolução dos Knocks (kino=cinema + oco=olho). Essa sua proposta pode ser, claramente, vista em seu longa-metragem.
Para os fãs de metalinguagem, o Homem com a câmera, desde o título, traz essa abordagem. Ao longo da película se vê, várias vezes, o câmera com seu equipamento. Ele deixa explicitado que há uma câmera ali e que tudo aqui não passa de um filme.
Por fim, o genial Dziga Vertov se denominava como Autor-Supervisor de Experimento, e não como Diretor. Só mesmo assistindo o filme desse soviético, para entender essa mente revolucionária do cinema que foi Vertov.
Antonio Gonçalves Junior
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Jocelyn Wildenstein
Jocelyn Wildenstein gastou cerca de £ 2 milhões em cirurgias estéticas para manter o seu marido, mas conseguiu apenas arruinar a boa aparência que tinha.
Sua aparência atual conta com uma remodelagem no seu olhar, com os olhos "esticados", como uma referência exótica aos gatos selvagens, que ele amava. Segundo ela - decidiu mudá-los para torná-los mais atraentes - ela se tornaria "mais felina".
A primeira vez que seu ex-marido viu o rosto recém-esculpido da esposa, gritou de horror, incapaz de reconhecê-la.
Seu ex-marido Alec Wildenstein, faleceu com 67 anos.
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Ah girl! girl! girl!
All about the girl who came to stay?
She´s the kind of girl you want so much
It makes you sorry
Still you don´t regret a single day...
quinta-feira, 31 de julho de 2008
Banheiro para transexuais é sucesso em escola na Tailândia.
A escola Kampang, localizada no nordeste do país, instalou os banheiros depois de uma pesquisa apontar que 20% dos alunos se consideravam transexuais.
De acordo com o diretor, Sitisak Sumontha, esses estudantes eram importunados por outros alunos quando usavam os banheiros masculinos. Quando passaram a usar as instalações para as meninas, a situação não melhorou.
"Isso causou desconforto entre as garotas e deixou os alunos transexuais infelizes, o que começou a afetar sua produtividade na escola", afirmou o diretor.
Foi então que a diretoria da escola decidiu construir os banheiros para transexuais, cuja entrada traz uma placa com um boneco rosa e azul, metade feminino, metade masculino.
"Não somos meninos. Não queremos usar o banheiro dos meninos - queremos que eles saibam que somos transexuais", disse Triwate Phamanee, de 13 anos, que sonha em fazer uma cirurgia para mudança de sexo.
"As pessoas precisam saber que ser transexual não é uma brincadeira. É como queremos viver nossas vidas. Por isso somos gratos pelo que a escola fez", reforçou Vichai Saengsakul, de 15 anos.
Comportamento
Os alunos transexuais da escola Kampang andam juntos como um grupo e praticam seus maneirismos femininos com exagero. O mais jovem estudante a se declarar transexual tem 12 anos de idade.
Apesar de serem obrigados a usar o uniforme masculino, eles usam acessórios femininos e tentam colocar um pouco de batom e rímel, mesmo com a proibição do uso de maquiagem na escola.
Eles são tratados de maneira perfeitamente normal pelos professores e outros estudantes.
Quando questionado sobre a precocidade com a qual os alunos decidem sobre a opção sexual, o diretor da escola afirmou que, em 35 anos trabalhando no sistema educacional, já encontrou muitos meninos travestis e nenhum deles mudou de opinião.
Segundo Sumontha, a presença dos jovens travestis nas escolas é algo comum e muitos deles acabam fazendo a cirurgia de mudança de sexo quando se tornam adultos ou vivem como homens gays.
Sociedade
A Tailândia é famosa pela tolerância com os homens transexuais e a presença deles é visível no cotidiano do país.
A cirurgia de mudança de sexo se tornou uma especialidade na indústria tailandesa de saúde e é relativamente barata no país, o que atrai pacientes de diversas partes do mundo.
Para a travesti Suttirat Simsiriwong, cuja atitude feminina [e realmente convincente, torna difícil não acreditar que não nasceu como mulher, muitos homens tailandeses que são gays, tendem a ser transexuais.
"A sociedade e a cultura tailandesa são muito doces e suaves e os homens podem ser muito femininos", disse.
Ativista dos direitos dos transexuais, ela concorda com a adoção dos banheiros específicos para esses alunos nas escolas do país.
"Nessa idade é bom para eles ter um lugar específico. Mas quando eles terminarem a universidade, irão procurar ajuda médica e não precisarão ir em um banheiro para transexuais porque serão aceitos como mulheres - por isso, freqüentarão o banheiro feminino", afirmou.
Discriminação
De acordo com Simsiriwong, a tolerância da sociedade não quer dizer que todos aceitam os transexuais, já que a discriminação ainda é presente.
Muitos reclamam que ainda sofrem com estereótipos e conseguem empregos na indústria da beleza, na mídia ou como prostitutas com facilidade, mas enfrentam dificuldades para serem contratados como advogados ou banqueiros.
Além disso, uma das principais reclamações dos transexuais do país é o fato de que eles não podem mudar seu status legal.
Uma proposta para permitir a mudança de sexo nas carteiras de identidade dos transexuais ainda não foi aprovada pelo governo.
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quarta-feira, 30 de julho de 2008
Frejat
Quando você ficar triste, que seja por um dia, e não o ano inteiro. E que você descubra que rir é bom mas que rir de tudo é desespero.
Desejo que você tenha a quem amar e quando estiver bem cansado ainda exista amor pra recomeçar, pra recomeçar.
Eu te desejo muitos amigos mas que em um você possa confiar e que tenha até inimigos pra você não deixar de duvidar.
Quando você ficar triste, que seja por um dia, e não o ano inteiro. E que você descubra que rir é bom mas que rir de tudo é desespero.
Desejo que você tenha a quem amar e quando estiver bem cansado ainda exista amor pra recomeçar, pra recomeçar.
Eu desejo que você ganhe dinheiro pois é preciso viver também e que você diga a ele, pelo menos uma vez, quem é mesmo o dono de quem.
Desejo que você tenha a quem amar e quando estiver bem cansado ainda exista amor pra recomeçar, pra recomeçar.
sexta-feira, 18 de julho de 2008
Kate!
And I know that I should let go,
But I can't.
And everytime we fight I know it's not right,
Everytime that you're upset and I smile.
I know I should forget, but I can't.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
segunda-feira, 14 de julho de 2008
quinta-feira, 12 de junho de 2008
A Espera - Ludov
Quanto tempo passei
Sem sair do lugar
Esperando eu não sei o quê
Que eu posso esperar?
Duvidando de mim
Pra poder me encontrar
Faz parte então, perder-se no ar
Procurar o teu sol
Na ausência de luz
O incerto é tão natural
E esteja onde estiver
Não verá nada além,
Mas do que pode ver
Se é o início ou é o fim
Quem vai saber?
Vou descobrir, talvez
E que não seja tarde
A vontade de saber me pegou
o tempo vai dizer se estou
dançando num caminho bom
A vontade de viver me tocou
cansei de duvidar e o melhor
que faço é fazer o que sei
Coragem pra não revogar
Tudo o que construí
Por gostar de sonhar
E o que esperam de mim?
Não sei dizer
Deixo seguir
Pra que
duvidar do meu fim?
Se o fim virá sem se importar
se eu acertei
A vontade de saber me pegou
o tempo vai dizer se estou
dançando num caminho bom
A vontade de viver me tocou
cansei de duvidar e o melhor
que faço é fazer o que sei.
segunda-feira, 2 de junho de 2008
sexta-feira, 30 de maio de 2008
Adolescente inconsequente por um dia!
Hoje eu fiz isso, haha, e foi ridículo e maravilhoso ao mesmo tempo. Eu roubei o carro do meu pai para ir a uma lanchonete a 8 km daqui, já viu motivo mais imbecil que esse? Eu peguei minha carteira de motorista sabado passado, mas meu pai tem me limitado apenas a buscar minhas irmãs no colégio a 6 km daqui com ele segurando o freio de mão e gritando feito louco achando que vou bater em tudo que está a 10 metros de mim. Sempre fico soando de nervosa. Hoje fui praticamente uma profissional, super pilota me achando o maximo... e atenta claro! Atenção redobrada.
Que sensação terrível tirar o carro da garagem, ela é uma rampa bem inclinada, por isso nem liguei o motor do carro para meus pais não acordarem, fui descendo de ré até sair dela, depois liguei... o nervosismo fez com que eu estancasse o carro e para sair acabou terminando em um verdadeiro BRUMMM BRUMMM que matou-me o coração. Vacilei, mas quem se importa? A adrenalina já estava a mil, minhas pernas tremiam, será que acordaram? Eu ria e chorava daquela cena bizarra de uma garota de 19 anos roubando o carro dos pais para comer um hamburger de 3 reais de esquina.
Enfim peguei meus dois amigos do coração Maira e Adriano em casa e fomos para a tal lanchonete.
Depois de 20 minutos fora, minha mãe liga milhões de vezes para mim. Haha... Descobriram. E agora?
Hahaha
Foi ótimo.
sábado, 17 de maio de 2008
Mais uma vez Vinicius...
"Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive."
"Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos... Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido... Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre... Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nos e-mails trocados... Podemos nos telefonar... conversar algumas bobagens. Aí os dias vão passar... meses... anos... até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo... Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto!!! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida! A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para um último adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos... Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado... E nos perderemos no tempo... Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades... Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores... mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"
terça-feira, 1 de abril de 2008
Quer saber?
quinta-feira, 27 de março de 2008
terça-feira, 25 de março de 2008
quinta-feira, 20 de março de 2008
Precisa - Vinicius de Morais
E enquanto pescando, enquanto esperando, de que mais precisa um homem senão de suas mãos, uma pro caniço, outra pro queixo, que é para ele poder se perder no infinito, e uma garrafa de cachaça pra puxar tristeza, e um pouco de pensamento pra pensar até se perder no infinito
De que mais precisa um homem senão de um pedaço de terra -- um pedaço bem verde de terra -- e uma casa, não grande, branquinha, com uma horta e um modesto pomar; e um jardim - que um jardim é importante - carregado de flor de cheirar ?
E enquanto morando, enquanto esperando, de que mais precisa um homem senão de suas mãos para mexer a terra e arranhar uns acordes de violão quando a noite se faz de luar, e uma garrafa de uísque pra puxar mistério, que casa sem mistério não valor morar
De que mais precisa um homem senão de um amigo pra ele gostar, um amigo bem seco, bem simples, desses que nem precisa falar -- basta olhar -- um desses que desmereça um pouco da amizade, de um amigo pra paz e pra briga, um amigo de paz e de bar ?
E enquanto passando, enquanto esperando, de que mais precisa um homem senão de suas mãos para apertar as mãos do amigo depois das ausências, e pra bater nas costas do amigo, e pra discutir com o amigo e pra servir bebida à vontade ao amigo ?
De que mais precisa um homem senão de uma mulher pra ele amar, uma mulher com dois seios e um ventre, e uma certa expressão singular ? E enquanto pensando, enquanto esperando, de que mais precisa um homem senão de um carinho de mulher quando a tristeza o derruba, ou o destino o carrega em sua onda sem rumo ?
Sim, de que mais precisa um homem senão de suas mãos e da mulher -- as únicas coisas livres que lhe restam para lutar pelo mar, pela terra, pelo amigo ..."
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
A tristeza em pé - Tati Bernardi
No Brasil não tem terremotos. Pelo menos não em São Paulo. Pelo menos não em Perdizes. Tem buracos que engolem pessoas perto da Ed. Abril e tem aviões que matam duas centenas de pessoas. Mas eu não tive nenhum conhecido, amigo ou parente que tenha morrido em nenhum desses acidentes.
Se você me vir por aí, buscando um pão quente ali na padoca da esquina ou comprando uma pacotinho de absorvente na farmácia do outro lado da rua, certamente pensaria: lá vai uma garota com as duas pernas, os dois olhos, os dois ouvidos, pelo menos uns dois paus na conta bancária, os pais vivos e nenhuma catástrofe significativa pesando em seus dois ombros perfeitos. Ou não pensaria nada porque nada em mim grita. Não tenho motivos para gritar.
Lá vai mais uma garota de pé. Sem motivos óbvios ou convincentes para se contorcer de dor por aí. Ou sem nenhuma justificativa para se encolher, desistir, correr de quatro, se esconder em cantos, colar a testa na parede e querer que o mundo vire para o lado até as paredes virarem chãos. Eu sou só uma garota com a vida boa e, por isso, uma garota que segue a vida em pé. Seria até um pecado não dar valor a vida, não é mesmo? Com tanta gente pior por aí, não é mesmo? Seria um pecado não ser absolutamente feliz. E sorrir o tempo todo. E seguir a vida em pé.
E hoje tava o maior sol. E sol me deixa triste. Porque o sol sempre quer dizer que a vida só está uma merda por culpa sua. Afinal, a parte dele, ele ta fazendo. Lá no céu, iluminando tudo, deixando tudo dourado. A culpa do seu dia estar um verdadeiro lixo é única e exclusivamente sua, porque o dia só quis ajudar. E a vida poderia estar realmente maravilhosa.
Poderia se ao invés de estar nesse parque nojento com meninas barrigudas correndo e gritado “o peixe ta morrido, o peixe ta morrido” eu estivesse numa praia deserta tomando água de côco com um tipo inteligente, bom de cama e apaixonado. Mas praias desertas são como esse tipo inteligente, bom de cama e apaixonado. Logo enchem.
Depois eu voltei do supermercado cheia de sacolas e umas das sacolas, muito pesada, fez um vergão no meu braço. E o que isso tem de triste? Sei lá, mas eu fiquei triste pra cacete. E o gordo do meu prédio que deixa a esteira completamente melada de suor me deprime demais, demais. E a tia com pernas de frango assado que divide a vaga do estacionamento comigo, e tem uma bosta de um Ka roxo sempre sem gasolina, me deprime mais ainda. E o prédio de trás, com seus pagodes dominicais? Me deprime tanto que eu gostaria que assassinato não desse cadeia. Eu gostaria de explodir todos eles. E depois dormir em paz. Mas eu não durmo em paz nunca, mesmo quando estou dormindo em paz. Eu acordo e penso “olha, estou dormindo em paz”. Isso definitivamente não é dormir em paz! E quando vou ver, lá estou eu mais uma vez, dobrando esquinas, cruzando ruas, fazendo curvas, dando setas, entrando em lugares, me despedindo, saindo do banho, dando a descarga, abrindo a geladeira, mudando o canal. Sempre de pé. Absolutamente triste e de pé. Eu e minha tristeza em pé.
E então minha mãe me conta da sua dor ou doença da semana. E me faz uma lista de todas as pessoas que podem ser responsáveis por sua morte anunciada há mil anos. O chefe arrogante, a empregada burra, o vizinho barulhento, a telemarketing robótica, o moço da feira, a menina da unha. E eu quero matar todo mundo. Mas eu sei que já estive nessa lista vez ou outra. E então eu também quero me matar. E meu pai me fala o quanto acredita que a vida é uma grande merda. E que ele espera a hora que a vida acabe. E então minha mãe faz pipoca doce e meu pai parcela mais um aparato eletrônico em doze vezes. E eles já não sofrem mais e não culpam ninguém. E eu também já não sofro mais e nem me culpo. E tudo passa por um tempo e vamos sorrir, vamos ao cinema, vamos dormir depois do almoço do domingo. E daqui uns dias vamos caminhar por aí, com a nossa dor sem motivos. E, principalmente por isso, uma dor filha da puta. E vamos em frente. Eretos com nossa tristeza. Porque a alegria sempre carrega essa certeza de que a alegria é falsa. E a tristeza sempre volta, ainda mais em pé que a gente. Sobre a nossa cabeça. Tirando sarro da nossa ilusão.
E o único jeito de ser mais malandro que a tristeza é sendo cínico. E lá vai a garota. Comprar pão quente com seu cinismo. Comprar absorvente com seu cinismo. Amar com seu cinismo. Porque só o cinismo vence a tristeza. Porque só o cinismo é mais triste do que a tristeza.
E eu virei um muro alto feito de pedras cheias de pontas. Tudo isso só porque eu quero tanto um pouco de carinho que acabei ficando com medo de não ganhar. E coitada da moça da padaria e do moço da farmácia. Porque lá vai uma garota trator. Sempre de pé, carregando seu corpo sempre no chão. Sempre com pressa, pressa de acabar logo com tudo. Para poder deitar um pouco. Para poder dividir a tristeza com a gravidade. Para parar de fingir que tudo bem andar por aí carregando essa merda dessa tristeza. Sempre de pé. Afinal, seria um pecado não ser absolutamente feliz, com tanta gente pior por aí, não é mesmo?
Eu não consigo simplesmente deixar morrer e nascer de novo. Porque todos os dias eu nasço de novo, com a esperança que a tristeza fique na outra vida. Mas a tristeza nasce comigo. E nós saímos para trabalhar, comprar pão ou sonhar em explodir o prédio do pagode. Sempre de pé. Somos dois animais de pé. Um ao lado do outro. Dentro do outro. Em cima do outro. Mas sempre juntos. Mesmo quando a alegria ocupa todos os espaços. Ainda assim a tristeza está lá, disfarçada de alegria. E a ausência da tristeza é apenas uma linha de trem. Anunciando que o trem existe, só saiu por um tempo. Daqui a pouco ele volta, maquinando, bufando e atropelando minha cabeça. E o trem corre deitado, mas eu sigo em pé. Afinal, seria um absurdo uma menina com uma vida tão boa não seguir assim.
E nunca ninguém desceu do morro em bando para me matar. Mas eu sinto a morte me sufocando quando vou da Barra para a Zona Sul. E nunca ninguém botou uma arma na minha boca no farol da Henrique Schaumann. Mas eu sinto um gosto de pólvora misturado a lanche de restos mortos quando passo em frente ao Big X Picanha. E nunca ninguém me odiou ao ponto de me matar, mas eu me sinto morta todas as vezes que alguém deixa de me amar. E eu não estava naquele avião e nem naquele buraco. E nem tem terremotos na minha cidade. Mas nem por isso eu me sinto voando. Mas nem por isso eu deixo de sentir a terra em cima da minha cabeça. Tudo a minha volta treme e chacoalha mais que aquele brinquedo Samba no parquinho. De quando eu era criança e tinha medo de vomitar. E eu não comi nada estragado e nem estou ajoelhada no bidê. Eu nem tenho bidê. Mas sinto a eminência de uma ânsia podre e de joelhos o tempo todo. E definitivamente a minha vida não é uma merda. Mas a verdade é que eu sinto o cheiro da bosta mesmo assim.
E eu continuo andando por aí, em pé com minha tristeza. Mas minha sombra está de lado, deitada no chão. Talvez porque assim esteja minha alma. Talvez porque isso seja viver, para quem é de verdade, para quem pensa um pouco, para quem sente um pouco, para quem lê jornal de manhã. Talvez apenas porque é meio dia.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Blanco - Octávio Paz
Como entrar por meus olhos
Em um olho mais limpido
Me olha o que eu olho
É minha criação
Isto que vejo
Perceber é conceber
Águas de pensamentos
Sou a criatura
Do que vejo
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Erros, erros e erros...

Aprendi a respeitar os sentimentos alheios, e que a dor dos outros também nos atinge de alguma forma. Aprendi que não sou o centro do mundo nem o dono da verdade, que estamos nesta passagem terrestre aperfeiçoando nosso interior aprendendo a ser uma pessoa sensata e razoável que saiba discernir o certo do errado e que mesmo quando faz o bem, pode estar ferindo alguém, mas a cada segundo perceber que a cada gesto de carinho, recebo o dobro dele...
Então, desejo que todos tenham uma vida cheia de momentos especiais e que você, como pessoa única, não seja a única neste mundo, saiba dividir o espaço, o amor, o carinho, a fraternidade e, respeitar-se, respeitando o direito do próximo acima de tudo, ser um exemplo a ser seguido. Esqueça as desavenças, o ódio e deixe em seu coração apenas os momentos bons e especiais, retire dele todas as mágoas que ficaram e faça nele uma remodelagem, não maquie o seu interior, seja sempre um veículo de paz, muita paz e muito amor!
(Raphael Palomares)
sábado, 16 de fevereiro de 2008
No Sufoco - Chuck Palahniuk
Chuck Palahniuk possui uma literatura que beira a singularidade, explorando temas do cotidiano que as pessoas em sua maioria não dão atenção, encharcando estes de sarcasmo, violência, escatologia e tragédias que trazem consigo seu humor próprio. O autor que entre outras coisas foi cantor de rap e lutador amador, teve a vida permeada pela morte desde quando seu pai foi assassinado junto com a namorada e traz todas essas situações para a sua forma ácida de escrever.
Não espere na sua literatura personagens bonitinhos e meigos, que você possa enquadrar facilmente como bom ou mau, preto ou branco. Assim é o Victor Mancini, personagem principal do livro aqui em questão, uma espécie de anti herói (mas um anti herói que é ridículo e fácil de ser odiado) que trabalha e comete golpes para manter sua mãe viva (apesar de não saber se quer isso) enquanto tenta curar seu vicio em sexo, se viciando ainda mais.
“No Sufoco” tem uma literatura que descarta grande parte dos moldes comuns, montando um cenário onde o filho tenta salvar a mãe que sempre fudeu com a vida o filho, pois é louca de pedra, enquanto ele dá golpes em restaurantes, trabalha em uma aldeia colonial para turistas com um monte de viciados e visita grupos de sexolátras em busca de recuperação procurando (e encontrando) sexo fácil.
Em alguns momentos as cenas montadas por Chuck Palahniuk até que enjoam um pouco, se repetindo, mas sempre retomam ao seu ritmo perverso, corrosivo e destrutivo. “No Sufoco” é uma grande chance de conhecer um trabalho de um autor que esbanja criatividade e explora temas não comuns de maneira brilhante. Corra atrás.
(Por Adriano Mello)
Estou adorando.
Declaração de amor - Carlos Drummond de Andrade
rs
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
"Qual a importancia da imagem no mundo contemporâneo"
Não sei escrever! Amor, me ajuda! :'(
PS: Preciso de um cigarro urgente!
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Primeiro dia de aula.
Esse vai ser o blog que eu vou divulgar la, então preparem-se porque eu vou atualizar 80% das vezes agora com fotografias.
Bom começo de semana pra vocês!
domingo, 10 de fevereiro de 2008
You're gonna save me from myself.
It's not so easy loving meNão é tão fácil me amar
It gets so complicated
All the things you gotta be
Everything's changing
But you're the truth
I'm amazed by all your patience
Everything I put you through
And when I'm about to fall
Somehow you're always waiting with
Your open arms to catch me
You're gonna save me from myself
From myself, yes
You're gonna save me from myself
My love is tainted by your touch
Well some guys have shown me aces
But you've got that royal flush
I know it's crazy everyday
Well tomorrow may be shaky
But you never turn away
Don't ask me why I'm crying
'Cause when I start to crumble
You know how to keep me smiling
You always save me from myself
From myself, myself
You're gonna save me from myself
I know it's hard, it's hard
But you've broken all my walls
You've been my strength, so strong
And don't ask me why I love you
It's obvious your tenderness
Is what I need to make me
A better woman to myself
To myself, myself
You're gonna save me from myself
Fica tão complicado
Todas as coisas que você tem que ser
Tudo está mudando
Mas você é a verdade
Estou impressionada com toda sua paciência
Tudo que eu te faço suportar
Quando estou prestes a cair
De alguma forma você sempre está me esperando
Com os braços abertos para me segurar
Você vai me salvar de mim mesma
De mim mesma, sim
Você vai me salvar de mim mesma
Meu amor está maculado pelo seu toque
Alguns rapazes me mostraram cartas
Mas você tem o verdadeiro trunfo
Eu sei que todo dia é uma loucura
Bem, o amanhã talvez seja turbulento
Mas você nunca disistirá
Não me pergunte por que eu estou chorando
Porque quando eu começo a desmoronar
Você sabe como me manter sorrindo
Você sempre me salva de mim mesma
De mim mesma, mim mesma
Você irá me salvar de mim mesma
Eu sei que é difícil, é difícil
Mas você rompeu todas as minhas barreiras
Você tem sido minha força, tão forte
E não me pergunte por que eu te amo
É óbvio que a sua ternura
É o que eu preciso para me tornar
Uma mulher melhor
Para mim mesma, mim mesma
Você irá me salvar de mim mesma
(Christina Aguilera - Save me from myself)
sábado, 9 de fevereiro de 2008
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
I've had enough of vacation!
Acho que preciso conhecer pessoas novas, fazer novos amigos. Preciso ver gente nova, pra conversar. Preciso estudar!
Nunca pensei que chegaria a dizer isso mas:
Chega de férias!
E também estou morrendo de saudades do meu amor e isso só ajuda a minha vida ficar monótona.
sábado, 26 de janeiro de 2008
Negativo Zero
Fiz uma seção de fotos no ensaio deles. Ficaram legais as fotos. Esse caras têm futuro.
O Album de Fotografias - Raymundo Netto
Toda a solidão de uma vida oprimida entre suas coxas lhe ardia. A televisão a convidava para comprar uma nova marca de detergente, sabonete e palha de aço. Mas, para viver a sua vida nunca, never more.
Casara cedo, muito jovem e tola. Não conhecia nada da vida. Cria no noivo, experiente e de olhar interessado, penetrante... Acreditava que ele poderia fazê-la a mulher mais feliz do mundo. Não o conseguiu. Teria sido sua culpa?
Há anos, reclusa à vida doméstica: passava, encerava, cozia, pregava botões e cerzia as meias. Em troca de quê? Todos os dias, rádio na cozinha, lamentos sonoros de amor eterno respingados a óleo quente da frigideira, comida no forno, lavagem de cuecas e muita, muita, muita vista grossa...
À tardinha, com almofadas embaixo dos cotovelos, reclinava-se à janela sisuda a comparar a sua vida com a dos passantes. A visão de uma mulher magra e jovem lhe era imperdoável, capaz de estragar até o fim de semana. Roia as unhas.
Revolvia gavetas, revolvia gavetas, procurando nem ela sabia o quê. Chorava nos portais da cozinha. Chorava por detrás das portas. Chorava. Cheirava esmaltes. No banho, perdia horas se ensaboando, se esfregando, catando o surro, sensação de sujeira, muita sujeira. Cuidava das plantas no jardim, matava formigas, caçava baratas, limpava ratoeiras...
Um dia, recebeu um telefonema diferente: seu marido sofrera um grave acidente. Morrera! Solicitavam-na para fazer o reconhecimento do corpo.
Desligou o telefone e poisou-o no console. Não chorou. Não sabia o que pensar. Não sabia o que fazer. Não sabia para onde ir. Não sabia a quem procurar. Não sabia nada de coisa alguma.
Foi ao quarto, ficou de quatro e pegou embaixo da cama uma encadernação vermelha amarrada com uma fita puída. Abriu-a. Era um álbum de fotografias. Pequeno, feito de cartolina, comido por cupins, cada página separada por papel manteiga amarelado. As fotos, à medida que passava as páginas, caíam pesadas. Ela as recompunha. Fitava-as. Não, não as reconhecia, não reconhecia nada e nem ninguém. Sorriu aliviada e gargalhou com uma estranha sensação de liberdade.
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
Coisas da vida
Namorar a distancia tem seus prós e contras. A coisa legal é que a cada ligação, a cada contato que temos é de pular o coração, parece estranho, mas eu acho mais intenso, tudo mais intenso que o normal. A sensação deliciosa de escutar a voz dela e nos interessamos mais que o normal sobre o nosso dia-a-dia.
Bem, a coisa que não é legal é a saudade. Quando ela dorme, é uma saudade que não dói tanto, é conformada. Quando ela acorda, é uma saudade que dói, mas uma dor (no meu caso) que trás agonia. Eu não consigo chorar, mas eu passo o dia todo com um aperto no coração, sem concentração e sem gosto pra nada, e perco o meu sono.
Hoje foi o dia da saudade acordada.
Mensagem pra ela:
Eu sei que não sou a namorada perfeita, eu sei que sou fria, tenho meu jeito distante de ser, as vezes acho que deveria ser mais romântica, deveria mandar mais mensagens, escrever emails enormes, e deixar de ser uma cold bitch. Mas eu só quero que saiba que não há um dia, um diazinho sequer, seja a saudade dormindo ou acordada, que eu não pense em você e sinta que mesmo longe eu te amo muito, muito mesmo e que você é a mulher da minha vida.
Vamos conseguir amor, eu sei que vamos.
Eu te amo muito.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
domingo, 20 de janeiro de 2008
domingo, 13 de janeiro de 2008
Eu não existo sem você - Tom e Vinicius
Já que a vida quis assim
Que nada neste mundo
Levará você de mim
Eu sei e você sabe
Que a distância não existe
E todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Pois todo os caminhos
Me encaminham pra você
Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
Só tinha de ser com você - Elis Regina
Só eu sei
Quanto amor
Eu guardei
Sem saber
Que era só
Pra você.
É, só tinha de ser com você,
Havia de ser pra você,
Senão era mais uma dor,
Senão não seria o amor,
Aquele que a gente não vê,
O amor que chegou para dar
O que ninguém deu pra você.
O amor que chegou para dar
O que ninguém deu pra você.
É, você que é feito de azul,
Me deixa morar nesse azul,
Me deixa encontrar minha paz,
Você que é bonito demais,
Se ao menos pudesse saber
Que eu sempre fui só de você,
Você sempre foi só de mim.
É, você que é feito de azul,
Me deixa morar nesse azul,
Me deixa encontrar minha paz,
Você que é bonito demais,
Se ao menos pudesse saber
Que eu sempre fui só de você,
Você sempre foi só de mim.
Eu sempre fui só de você,
Você sempre foi só de mim.
Eu sempre fui só de você,
Você sempre foi só de mim.
Eu sempre fui só de você,
Você sempre foi só de mim
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
terça-feira, 1 de janeiro de 2008
Eu estou viva!



Estou agora em Maastricht e já já vamos pra Bruxelas na Belgica, fica a uma hora daqui. Amanhã vamos para Amsterdã e depois voltamos para Alemanha indo pra Eschweiler tomar um chá com minha primeira hostfamily, os Klucks, e eu fico por lá depois pego um trêm e vou para Frankfurt, enquanto isso, minha família vai pra Koblenz visitar Nora (a alemã que morou conosco por um ano), eu chego dia 3 em Frankfurt e eles dia 4. Por que? Dia 3 está reservado para a minha despedida, beber com amigos e dia 4, que eles voltam, é o jantar na casa da minha atual hostfamily, os Marchand. E dia 5 eu pego o vôo para São Paulo, chegando dia 6 as 7:30 am em Guarulhos.
Então, é isso. Já já vejo o meu amor (nossa, nem acredito 5 dias!)
Por fim, Feliz ano novo!