quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Set the fire to the third bar - Snow Patrol

I find the map and draw a straight line
Over rivers, farms, and state lines
The distance from A to where you'd B
It's only finger-lengths that I see
I touch the place where I'd find your face
My fingers in creases of distant dark places

I hang my coat up in the first bar
There is no peace that I've found so far
The laughter penetrates my silence
As drunken men find flaws in science

Their words mostly noises
Ghosts with just voices
Your words in my memory
Are like music to me

I'm miles from where you are,
I lay down on the cold ground
I, I pray that something picks me up
And sets me down in your warm arms

After I have travelled so far
We'd set the fire to the third bar
We'd share each other like an island
Until exhausted, close our eyelids
And dreaming, pick up from
The last place we left off
Your soft skin is weeping
A joy you can't keep in

I'm miles from where you are,
I lay down on the cold ground
And I, I pray that something picks me up
and sets me down in your warm arms

And miles from where you are,
I lay down on the cold ground
and I, I pray that something picks me up
and sets me down in your warm arms

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Eu só quero que você saiba...

Que eu estou pensando em você,
agora e sempre mais.

Não sou neurótica, eu sou ligada!

Esse blog desalinhado me causa uma confusão mental.

Psicoadaptação - Augusto Cury

O fenômeno da psicoadaptação é a incapacidade de emoção humana de reagir na mesma intensidade frente à exposição do mesmo estímulo. Quando nos expomos repetidamente a estímulos que nos excitam negativa ou positivamente, com o tempo perdemos a intensidade da reação emocional. Enfim, nos psicoadaptamos a eles.

Nós nos psicoadaptamos ao celular, ao carro, ao tipo de roupa, à decoração de nossa casa, aos conceitos, aos paradigmas sociais. Assim, perdemos o prazer e procuramos inconscientemente novos estímulos, novos objetos, novas idéias. Só conseguimos voltar a ter prazer se reciclamos nossa capacidade de observar e valorizamos detalhes não contemplados.

No aspecto positivo, a psicoadaptação gera uma revolução criativa. Nos estimula a procurar o novo, amar o desconhecido. Ela é um dos grandes fenômenos psicológicos inconscientes responsáveis pelas mudanças nos movimentos literários, na pintura, na arquitetura e até na ciência.

Todavia, quando a psicoadaptação é exagerada, ela gera insatisfação crônica e consumismo. Nada agrada prolongadamente. As conquistas geram um prazer rápido e fugaz. Aqui está uma das maiores armadilhas da emoção. Por isso, não é saudável que os pais dêem muitos presentes para os filhos. Eles se psicoadaptam ao excesso de brinquedos. O resultado é maléfico! Consomem cada vez mais coisas, mas obtêm cada vez menos prazer.

Outra grande armadilha da emoção é a psicoadaptação às violências sociais, aos ataques terroristas, à competição no trabalho, às brigas conjugais, aos fracassos profissionais, a depressão, pânico, ansiedade. A conseqüencia? Perdemos a capacidade de reagir. Nesse caso, o homo sapiens se torna um espectador passivo de suas misérias. Este é um assunto para vários livros. Espero que o leitor perceba que nossa espécie está adoecendo coletivamente.

Muitos psicólogos e cientistas sociais, por não compreenderem esse processo inconscientemente, não entendem que com o tempo os problemas psíquicos e sociais deixam de excitar a emoção. Este processo nos algema, destrói a capacidade de lutar pelo que amamos. Há pessoas que arrastam sua depressão, timidez e insegurança a vida toda por causa disso.

Será que você não está psicoadaptando à falta de diálogo na família, à dificuldade de conquistar um aluno difícil ou um colega de trabalho complicado?

Muitos soldados alemães perderam a sensibilidade à medida que se submetiam à propaganda nazista e observaram passivamente os judeus morrendo nos campos de concentração. As conseqüencias da psicoadaptação são inúmeras e extremamente complexas.

domingo, 28 de outubro de 2007

O Diário de um Louco - Nicolai Gogol

3 de outubro.

     Aconteceu-me hoje uma aventura insólita. Levantei-me bastante tarde e, quando Mavra me trouxe as botas limpas, perguntei-lhe que horas eram. Ao ouvir que já passava muito das dez, comecei a vestir-me com mais pressa. Confesso que não tinha a menor vontade de ir à repartição, pois já sabia com que cara feia o nosso chefe de seção me receberia. Há muito tempo que ele vive dizendo-me: — “Então, irmão, que tens? Que confusão é essa na tua cabeça? De vez em quando te agitas como quem ficou asfixiado pelo vapor da estufa, e atrapalhas o serviço de tal maneira que nem o próprio Satanás o desembaralharia, pões minúscula no título, não colocas nem data nem número!” Maldito palerma! Decerto está com inveja de mim, porque o meu lugar é no gabinete do diretor, onde aparo as penas de S. Exª. Numa palavra, eu não teria ido à repartição se não fosse a esperança de lá encontrar o caixa e, talvez, extorquir daquele judeu alguma coisa por conta do próximo ordenado. Mas que homem! Para ele fazer um adiantamento sobre o mês que vem — Deus do Céu! — mais depressa virá o juízo final. Pode a gente pedir, estar em extrema necessidade, rebentar, que o diabo do velho não adianta nada. Entretanto em casa — todo o mundo sabe — leva bofetões até da cozinheira. Não vejo, aliás, a utilidade de trabalhar na repartição. Não dá vantagem alguma. Já na administração estadual, nos tribunais e nas recebedorias o caso é outro. Lá, cada funcionário se encolhe no seu cantinho e vai escrevinhando, metido num fraque sujo, com uma cara de se escarrar nela; mas veja-se a casa de campo que ele aluga. Ninguém lhe ofereça de presente uma taça de porcelana, pois dirá logo: — “Isso é presente para um doutor”; mas aceitará uma parelha de cavalos, um carro ou uma peliça de castor de trezentos rublos. De aparência tão delicada, fala baixinho: — “Empreste-me, por favor, o canivetezinho para fazer ponta na peninha” — mas depois limpa o requerente de tal forma que mal lhe deixa a camisa do corpo. É verdade que o serviço da repartição é diferente: há uma limpeza como nunca se vê numa repartição estadual; as mesas são de madeira vermelha e,os chefes nos tratam por “o senhor”. Com efeito, se o serviço não tivesse este caráter honroso, confesso que há muito teria deixado a repartição. Vesti um velho capote e apanhei o guarda-chuva, pois chovia torrencialmente. Nas ruas não se via ninguém. a não ser umas camponesas que cobriam a cabeça com as saias, uns comerciantes russos sob guarda-chuvas, e alguns cocheiros.

De nobres, apenas um funcionário trocava pernas. Avistei-o numa encruzilhada e logo disse com os meus botões: — “Bonito, meu caro: em vez de ir à repartição, ficas a andar atrás da pessoa que vai à tua frente, olhando-lhe as perninhas finas.” Belo patife o nosso irmão funcionário! Palavra de honra, um oficial não lhe leva vantagem: basta passar uma mulher de chapéu, e ele a aborda inevitavelmente. Enquanto meditava assim, vi um carro aproximar-se da loja perto da qual me encontrava. Reconheci-o logo: era a caleça do nosso diretor. — “Mas ele nada tem que fazer nesta loja — pensei. — Realmente: é a filha dele.” Encolhi-me rente à parede. Um lacaio abriu a portinhola, e ela saltou do carro feito um passarinho. Como olhava à direita e à esquerda, como levantava as sobrancelhas e as pálpebras... Deus do Céu! senti-me perdido, sim, inteiramente perdido. Foi então para isso que ela resolveu sair em dia tão chuvoso? Digam-me agora que as mulheres não são loucas por todos aqueles trapos. Ela não me reconheceu, pois eu mesmo fiz tudo para esconder o rosto; estava com um capote bastante surrado e, além disso, de feição antiga. Usam-se hoje capotes de gola comprida, e o meu era de gola curta e sem lustre. A cachorrinha dela, como não teve tempo de acompanhá-la até à loja, ficou na rua. Conheço essa cachorra. Chamam-na Medji. Nem decorreu um minuto, e de repente ouvi uma vozinha fina: — Bom dia, Medji. Vejam só! Quem será mesmo? Olhei em redor, e vi aproximarem-se duas damas sob o mesmo guarda-chuva, uma velhinha, a outra moça. Mal haviam passado, ouvi perto de mim a mesma voz: — Que modos feios, Medji! Que diabo! Vi que Medji e outro cachorro, vindo atrás das senhoras, se andavam farejando um ao outro. — “Estarei completamente bêbado? — perguntei a mim mesmo. — Mas isto me acontece raras vezes.” Então vi a própria Medji pronunciar estas palavras: — Não, Fidel, estás enganado. Au, au! Eu tenho estado — au, au! — muito doente. Que cachorra esquisita! Fiquei bastante surpreendido, devo confessá-lo, ao ouvi-la exprimir-se em linguagem humana. Mas depois, ao refletir direitinho no caso, deixei de estranhá-lo. Com efeito, já se deram no mundo muitos fatos parecidos. Dizem que na Grã-Bretanha um peixe veio a terra e pronunciou duas palavras numa língua tão estranha que os sábios, por muito que a procurem determinar, há três anos, ainda não chegaram a nenhum resultado. Li também nos jornais acerca de duas vacas que entraram numa loja e pediram para si uma libra de chá. Mas surpreendi-me outra vez ao ouvir Medji acrescentar: — Eu te escrevi, Fidel. Provavelmente Polkan não te entregou a minha carta.

Assim receba eu o meu ordenado! Nunca em minha vida tinha ouvido dizer que os cachorros sabiam escrever. Só mesmo um fidalgo pode escrever direito. Sem dúvida, há também uns caixeiros e até uns servos que assinam o nome de vez em quando, mas na maioria dos casos aquilo é puramente mecânico; eles não têm nem pontuação nem estilo. Fiquei bastante admirado desse caso. É verdade que de algum tempo para cá tenho ouvido e visto coisas que nunca ninguém ouviu nem viu. — “Bem — disse comigo mesmo — vamos atrás dessa cachorra para saber o que ela é, e o que pensa.” Abri o guarda-chuva e pus-me a seguir as duas damas. Elas atravessaram a Rua da Ervilha, entraram na dos Burgueses, dali passaram à dos Marinheiros, e finalmente se detiveram diante de um casarão junto à ponte Kokuchkin. — “Conheço esta casa — disse comigo mesmo. — É a casa de Zverkof.” Que coincidência! Quanta gente não mora ali: quantos cozinheiros, quantos hóspedes e quantos irmãos funcionários vivendo uns em cima dos outros como cachorros! Ali mora também um amigo meu que sabe tocar trombeta. As senhoras subiram ao quinto andar. — “Está certo — pensei — desta vez não subo, mas anoto o endereço e não deixarei de utilizá-lo na primeira ocasião.”

(Se quiser ler o resto do diário clica aqui)

Flyer

Um poster que eu fiz para um concertozinho que vai ter aqui no meu bairro... Ah, vai dizer que não ficou bonitinho? Hahaha

Acho digno!

Preciso de grana pra cerveja, drogas e putas (Hey, pelo menos eu não estou enganando você).

sábado, 27 de outubro de 2007

Sabe quando...

Quando você sente que algo louco cresce em você a cada dia que passa, e fica mais intenso e mais intenso. Na verdade, essa coisa toma conta de você, toma conta da sua mente, do seu corpo...

Acho que o que está acontecendo é a coisa mais deliciosa que alguém pode sentir, uma experiência surreal. O Tempo é algo genial.

Never knew I could feel like this
Like I have never seen the sky before
I want to vanish inside your kiss
Every day I love you more and more

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Wenn es passiert - Wir sind helden

Adoro!

Ein herzschlag nur für mich
Und die, die bei mir sind
Augen auf, schaut euch das an
Wer dafür keine tränen hat wird morgen blind
Wenn ihr das nicht liebt, was dann
Jeder liebe das so viel er kann
Ein blitzschlag nur für mich
Und die, die bei mir sind
Wer jetzt zweifelt sieht nicht klar
Ganz egal wie viel davon die zeit sich nimmt
Wer jetzt blinzelt war nicht da

Vielleicht ist es wirklich nur ein jahr
Aber ich will niemals fragen wo ich war
Wo war ich als das wahr war

Ich will da sein
Wenn die zeit einfriert
Ich will da sein
Wenn sie explodiert
Und wenn sich dabei
Mein verstand verliert
Ich will da sein
Wenn es passiert

Ein herz, ein schlag, ein blitz
Für die, die einsam sind
Augen auf schaut euch das an
Wollt ihr wirklich zählen wie die zeit verrinnt
Wenn die welt auch so etwas kann

The great escape - Patrick Watson

Bad day, looking for a way,
home, looking for the great escape.
Gets in his car and drives away,
far from all the things that we are.
Puts on a smile and breathes it in
and breathes it out, he says,
bye bye bye to all of the noise.
Oh, he says, bye bye bye to all of the noise.

Hey child, things are looking down.
That’s okay, you don’t need to win anyways.
Don’t be afraid, just eat up all the gray
and it will fade all away.
Don’t let yourself fall down.

Bad day, looking for the great escape.
He says, bad day, looking for the great escape.
On a bad day, looking for the great escape,
the great escape.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Hoje eu mato um!

Nossa, o que é isso gente? Hoje meu dia está literalmente uma bosta. Que raiva daquele colegio, que raiva dessa família.

Putz, eles gostam muito de privacidade, é uma frescura do caralho pra entrar no quarto deles, aí quando eu chego em casa, meu pai entrou no meu quarto pra "consertar" a janela, e sobe encima da minha cama de SAPATOS (pq ainda está a marca) e ainda PIOR, ele mexendo na parede caiu a areia da pintura toda na minha cama, e o filho da puta ainda nem limpa, e nem quer saber. Além do meu quarto estar numa bagunça total, ele poderia ter esperado eu chegar pra eu arrumar, afastar a cama e ele fazer o trabalho.

PUTA QUE PARIU, que raiva.

domingo, 21 de outubro de 2007

Ressaca.

Aun minha cabeça!

sábado, 20 de outubro de 2007

Bling Bling

Goose e Bloc Party dia 3 e 11 de novembro.

A Morte - Pedro Bial

Assisti a algumas imagens do velório do Bussunda, quando os colegas do Casseta & Planeta deram seus depoimentos, parecia que a qualquer instante iria estourar uma piada,estava tudo sério demais, faltava a esculhambação, a zombaria, a desestruturação da cena, mas nada acontecia ali de risível, era só dor e a perplexidade, que é mesmo o que causa em todos os que ficam. A verdade é que não havia nada a acrescentar no roteiro: a morte por si só, é uma piada pronta. A morte é ridícula. Você combinou de jantar com a namorada, está em pleno tratamento dentário. Tem planos para semana que vem, precisa autenticar um documento em cartório. Colocar gasolina no carro e no meio da tarde... Morre. Como assim? E os e-mails que você ainda não abriu? O livro que ficou pela metade? O telefonema que você prometeu dar a tardinha para um cliente? Não sei de onde tiraram esta idéia: morrer... A troco de que? Você passou mais de 10 anos da sua vida dentro de um colégio estudando fórmulas químicas que não serviram para nada, mas se manteve lá, fez as provas, foi em frente. Praticou muita educação física, quase perdeu o fôlego. Mas não desistiu. Passou madrugadas sem dormir para estudar pro vestibular mesmo sem ter certeza do que gostaria de fazer da vida, cheio de duvidas quanto à profissão escolhida... Mas era hora de decidir, então decidiu, e mais uma vez foi em frente... De uma hora pra outro, tudo isso termina... Numa colisão na freeway... Numa artéria entupida... Num disparo feito por um delinqüente que gostou do seu tênis... Qual é? Morrer é um chiste. Obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém, sem ter dançado com a garota mais linda, sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferida. Você deixou em casa suas camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no varal, e penduradas também algumas contas... Os outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas, a mexer nas suas gavetas... A apagar as pistas que você deixou durante uma vida inteira. Logo você que dizia: das minhas coisas cuido eu. Que pegadinha macabra: você sai sem tomar café e talvez não almoce, caminha por uma rua e talvez não chegue na próxima esquina, começa a falar e talvez não conclua o que pretende dizer. Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo, curte costelas gordas e mulheres magras e morre num sábado de manha. Se faz check-up regulares e não tem vícios, morre do mesmo jeito... Isso é para ser levado a sério? Tendo mais de cem anos de idade, vá lá, o sono eterno pode ser bem vindo... Já não há muito mesmo a fazer, o corpo não acompanha a mente, e a mente também já rateia, sem falar que há quase nada guardado nas gavetas. Ok, hora de descansar em paz. Mas antes de viver tudo?

Morrer cedo é uma transgressão, desfaz a ordem natural das coisas. Morrer é um exagero. E, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das piadas. Só que esta não tem graça.

Por isso viva tudo que há para viver. Não se apegue as coisas pequenas e inúteis da vida... Perdoe sempre!

Definitivo - Carlos Drummond de Andrade

Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.
Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável. O sofrimento é opcional...

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Quer saber?

Não abra mão de ser criança de vez em quando.
É uma delícia.

Eu quero,

Nadir Afonso
Nelson Aguilar Felipe Marozini (Fotocolágem)
Giovanna Vilela

Susto.

Ontem à noite eu tive uma sensação bem assustadora. Eu estava dormindo virada para a parede, de repente senti como se alguém estivesse em pé parada atrás de mim e tentava me tocar, eu virei com um pulo, e fiquei olhando para todos os lados sentindo uma energia pesada. Ja aconteceu isso com vocês?

Nossa, é assustador.

Vinícius de Morais

Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos...

Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido... Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre...

Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nos e-mails trocados...

Podemos nos telefonar... conversar algumas bobagens. Aí os dias vão passar... meses... anos... até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo...

Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto!!! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!

A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para um último adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos...

Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado... E nos perderemos no tempo...

Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades...

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores... mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Soneto XVII

Se te comparo a um dia de verão
És por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chão
E o tempo do verão é bem pequeno.

Ás vezes brilha o Sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na terna mutação da natureza.

Mas em ti o verão será eterno,
E a beleza que tens não perderás;
Nem chegarás da morte ao triste inverno:

Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver.

William Shakespeare

Meu vício.

Tomates secos, de preferência no azeite com ciabatta e claro, vinho tinto. Lecker!

Festa da Sab-Sab

Gente, terça foi niver da minha amiga Sabrina, ela fechou uma boate e mandou uma limo branca nos pegar em casa. Acho digno! haha

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Tem sorriso mais lindo que esse? Não!

"Entre tantos outros, entre tantos anos. Que sorte a nossa hein? Entre tantas paixões. Esse encontro. Nós dois, esse amor. Ainda bem."

Jack Daniel's

Se for Whisky, tem que ser Jack Daniel's haha

Valores morais

O pensamento filosófico de Nietzsche pode ser comparado a uma espécie de sensor que registra e antecipa questões e desafios de nosso século. Sua ambição é realizar um diagnóstico fiel da situação do homem moderno. Para ele, não resta dúvida de que, herdeiro dos progressos do Iluminismo, julgamo-nos liberados das cadeias da ignorância e da superstição. Confiantes nas possibilidades advindas da utilização industrial da ciência e da técnica, estamos certos de poder descobrir todos os segredos do universo e construir uma sociedade expurgada de todas as formas de opressão, violência, exploração. Afinal, somos devotos do deus Logos*, confiantes em sua onipotência.

Nietzsche, porém, meditou sobre o lado obscuro, as conseqüências que poderiam resultar do otimismo desenfreado embutido nessa convicção. Esse otimismo representa, para ele, a face resplandecente de um avesso sombrio: o mesmo progresso conduz inexoravelmente à exaustão dos valores herdados da tradição, à sua impossibilidade de dar sustentação a futuros projetos viáveis, no campo quer do conhecimento, quer da ética, quer da política.

Nietzsche se encontrava no limiar de uma experiência do mundo em que, como conseqüência dos progressos do conhecimento, noções como Verdade, Falsidade, Justiça, Bem, Mal, Virtude tinham sido relativizadas, não podendo mais responder a nossa eterna pergunta pelo sentido da existência. Para ele, não cabia ao filosofo justificar ou condenar esse estado de coisas, mas constatá-lo; essa constatação seria, então, o único caminho que permite vislumbrar uma saída. Toda tentativa de negar essa condição representa não apenas uma desonestidade intelectual e moral, mas sobre tudo o risco da catástrofe; ou seja, a possibilidade de que o esvaziamento de valores autênticos nos conduza de volta à barbárie, à destruição daquilo que de mais precioso a humanidade conquistou ao longo da história: a dignidade da pessoa humana.

Por essa razão, Nietzsche dedicou sua vida a realizar três tarefas principais: compreender a lógica desse movimento contraditório ao longo do qual o progresso do conhecimento leva à perda de consistência dos valores absolutos; a partir daí, denunciar todas as formas de mistificação pelas quais o homem moderno oblitera sua visão dos perigos de sua condição; por fim, destruídos os falsos ídolos - e esses são os valores mais venerados pelo homem moderno -, assumir corajosamente o risco de pensar novos valores, abrir novos horizontes para experiência humana na história.

* Logos: palavra grega que significa “palavra”, “discurso” e “razão”; termo que dá origem à palavra “lógica” e que, em sentido amplo, é equivalente a “racionalidade”.

Fonte: Folha Explica

Que delícia.

Que saudade desses pentelhos.

Sabe quando...

Quando você percebe que está crescendo, e é assustador? Quando se dá conta que a vida é sim um ciclo, e é assustador?

Mas há vida.

Mas há a vida
que é para ser
intensamente vivida, há o amor.

Que tem que ser vivido
até a última gota.
Sem nenhum medo.
Não mata.

Clarice Lispector

You know what I mean.

Se você encher uma panela e fervê-la, jogue um sapo e ele irá pular imediatamente fora. Coloque o sapo na água antes de fervê-la e ele morre cozinhado.

Temos que parar de fazer certas coisas achando que temos o controle absoluto da situação. Não temos o controle absoluto de nada, tudo pode acontecer e, talvez, se não percebemos, de repente... Viramos um sapo cozinhado.

Sacomé?

Do que você tem medo?

Eu tenho medo de andar descalço na rua e pegar uma doença que venha de algum bicho morto, eu tenho medo que acendam todas as luzes da boate enquanto eu danço loucamente e não perceba o quanto eu danço idiotamente, eu tenho medo que meu amigo imaginário me deixe falando sozinho, eu tenho medo de ficar sozinho em casa mais de dois dias. Tenho medo de cair e quebrar meus ossos que não são de vidro mas quebram facilmente, tenho medo de morrer afogado, queimado, sufocado. Tenho medo que batam muito forte nas minhas costas e eu tenha mais uma crise de falta de ar, tenho medo de dormir com alguém e acordar no meio da noite devido a uma crise de apneia, tenho medo de ficar pobre, tenho medo de viajar de ônibus ou de carro, tenho medo de ter câimbra no meio da piscina, apesar de nadar muito bem, tenho medo de não conseguir pagar as minhas contas, tenho medo de comprar algo muito caro e na semana seguinte descobrir que entrou em promoção, tenho medo de pegar gripe em locais fechados, tenho medo de ficar cego, tenho medo de ficar burro, tenho medo de não conseguir um bom emprego, tenho medo de ficar surdo, tenho medo de escorregar saindo da piscina, tenho medo de pegar herpes labial, tenho medo de multidão, tenho medo de transar sem camisinha, tenho medo de me atrasar, tenho medo do que todos vão pensar, tenho medo que me apontem, tenho medo que me ignorem, tenho medo de contar piadas, tenho medo de ter uma crise de riso na oração do natal, chego ao ponto de ter medo do medo que eu talvez sinta de algo.
A única coisa que eu não tenho medo, agora, é de amar de verdade, talvez essa seja a maior forma de coragem, vocês não acham?

Thiago Eury

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Missy Higgins - Don't Ever

Let's take the train to anywhere,
I wanna feel the wind in my hair with you.
Let's tell them all, that soon they'll know
How very wrong they were to think we'd never go,

And if you tell me yours i'll tell you mine
And we will clean the cobwebs out of one another's minds.

Don't ever say you've tried to leave me in this life
Don't ever say you've tried for the last time.

We'll get a house where the trees hang low
And pretty little flowers on our window sill will grow
We'll make friends with the milk man
And the butcher mr. timms will give us discounts when he can.

And if you tell me yours i'll tell you mine
And we will clean the cobwebs out of one another's minds.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Para tudo!

Gente, I felt in love. Hoje no meu vício de Youtube acabei vendo um dos featured artists e o encontrei. Patrick Watson, um canadense, excelente pianista, compositor e cantor. Um som com arranjos criativos, com mudanças de ritmo que mexem com a gente. O cara é genial! O mais novo album "Close to Paradise" é bem chill e delicioso. Tem um toque mágico, parece uma trilha sonora de Peter Pan, rs. Não paro de ouvir. Se quiser baixar (por torrent) clica aqui.

Assiste esse vídeo maravilhoso dele:

Arrasou!

O Contador de Histórias.

Caía um fio de luz alaranjado por sobre o cabelo castanho do escritor, as mechas lisas e rebeldes eram aradas constantemente pelos dedos brancos recendendo a cigarro e, vez por outra um grupo de fios era afastado sem delicadeza da testa crispada num tom de sofrida meditação. As sobrancelhas escuras juntavam-se num tortuoso pensamento e logo se estendiam como se relaxassem após desvelar a alma da idéia. Racional, sarcástico, paradoxal: tintas que revestiam a matéria humana postada diante do computador. Para inventar mundos.

Empoleirada no sofá eu o espiava. Em minhas mãos uma caneca de café exalava fumaça que se descortinava ao meu sopro. Precisava de limpidez para o ato compulsivo de olhá-lo sem pudores no seu vício solitário. Entregava-me à contemplação por horas, sendo ignorada pelo objeto contemplado, tomando como foco central e exclusivo a sua presença silenciosa. No entanto cada suspiro, cada folhar de páginas, cada murmúrio, cada bocejo ou espreguiçar jorrava no meu pacato universo de observadora ondas de arrebatamento. Ele se virava na cadeira e me endereçava um longo olhar de operário da escrita. Um redemoinho se formava perigoso encrespando o líquido das minhas veias e as construções urbanas do meu corpo. Bastava um olhar (amplo e devastado) para que um curto-circuito desconjuntasse minhas melhores sinapses. Mas quem desejava pensar? Sentir era-me o momento glorioso.

Continha-me no impulso de jogar-me nos seus braços ou refestelar-me em colo de jeans. A intenção era lhe provar a minha (suposta) maturidade emocional, afinal ele trabalhava no seu conto e tinha um prazo a obedecer. Mas a vontade que eu tinha era de me jogar em seus braços e deitar meu corpo sobre o dele com a intenção de brincar com os seus sentidos, agora, amortecidos pela razão.
E ele sabia o que se passava comigo. Mantinha um sorrisinho superior, enquanto se voltava à frente do monitor. Logo a expressão mudava, as sobrancelhas se uniam, um sulco se formava entre os olhos que teciam considerações ficcionais, os lábios se curvavam num trejeito irônico. Sim, ele combinava os elementos químicos da fórmula.

E eu estirada no sofá.

O sol avançava para o epicentro da sala, banhava o tapete e se aproximava lânguido até as minhas pernas nuas. A carícia morna me beijava a pele e subia pelo meu corpo sem qualquer acanhamento. Admirava a ternura do sol cometendo adultério com a mulher do escritor. Abandonei-me aos afagos. Nem bocejei antes de fechar os olhos. Ao longe ouvia a voz tão familiar, a trilha sonora de uma vida, ela reclamava de um parágrafo mal construído.
As pálpebras descansavam dormentes, os cílios se entrelaçavam como numa teia negra de aranha, meus poros recebiam a frescura tépida da tarde. Embalava-me na vertigem.

O contador de histórias imprimiu a página, revisou o texto, sorriu satisfeito mas a felicidade não era completa. Faltava algo. Ele sempre se sentia assim tateando uma sensação, um sentimento tão profundo quanto vago. Fitou novamente a obra, o conto que lhe partira dos desejos mais íntimos e da intensa solidão.
Sentou-se em frente ao computador e recebeu o estilhaço glacial de uma página em branco. Forçou-se a escrever. Deveria. Era a sua arte, a sua pulsação.

Voltou-se para o sofá vazio em busca da mulher. A ausência se fez presente como um fantasma debaixo de um lençol. Estava só e aterrorizado. E essa constatação lhe embaraçou a mente de tal forma que se pôs a criar em delírio, quase como um surto psicótico. Finalizou, então:

“Por mais que o sol me seduzisse e me levasse para lugares insólitos, despovoados e febris, havia apenas um ponto de encontro que me assegurava paz. Voltei da viagem, livrei-me dos raios solares que me penetravam o corpo e bati à porta de um escritor… FIM”
O homem que escrevia, confiou.

Acordei diante de uma porta fechada, ainda ouvia a voz familiar dentro de mim. Por um momento, não sabia o que fazer, vendo a tarde cair e ser engolida pela noite. Havia uma porta a minha frente. Uma porta. E através dela via-me empoleirada num sofá, bebericando café e espiando alguém que trabalhava no ofício de paixão e danação.

Bati à porta, enfim.

- Acho que consigo te deixar entrar… – o contista falou, fingindo que não sabia que era dono daquela personagem.