sábado, 29 de dezembro de 2007

Let it be.

Essa semana eu tenho acordado com pressentimentos ruins. Hoje foi o pior deles. Sabe quando você acorda e tem certeza que há algo errado, que estão lhe fazendo de idiota, não estão contando 100% a verdade?

Tem alguém me ocultando algo.

Eu só quero que isso passe logo.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Conversa cabeça com meu pai.

Miguel Bourbon diz:
Vou te dar o novo numero de celular da sua mãe, ela está levando pra viagem.
Rachel diz:
Não vai funcionar papi.
Miguel Bourbon diz:
Vai sim
Rachel diz:
nao vai.
Miguel Bourbon diz:
vai sim
Rachel diz:
nao vai.
Miguel Bourbon diz:
vai sim
Rachel diz:
nao vai.
Miguel Bourbon diz:
vai sim
Rachel diz:
nao vai.
Miguel Bourbon diz:
vai sim
Rachel diz:
ta certo. vai super funcionar mesmo.
Miguel Bourbon diz:
vai sim
Rachel diz:
vai sim.
Miguel Bourbon diz:
ta achando que é brincadeira?
Rachel diz:
eu não.
Miguel Bourbon diz:
pois vai funcionar sim
Rachel diz:
nao vai, digo, vai sim, super.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Brand new!

Sou consumista SIM!!!

domingo, 16 de dezembro de 2007

Ináh Ribeiro...

Você é a mulher da minha vida, e eu quero ter um casal de Yorkshire (bem pirua mesmo!) com você. Haha

Ai! Pronto, confessei!

Eu te amo muito!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

George Carlin - Religião é besteira.


[...] Mas no "departamento besteirol" um homem de negócios jamais se compara a um membro do clero. Porque, verdade seja dita, pessoal, convenhamos, quando o assunto é besteira... besteira de verdade, profissional mesmo, classe 'A', deve-se tirar o chapeu em admiração para a grande campeã de falsas promessas e declarações exageradas: A Religião. Sem dúvidas. Sem sombra de dúvida. Na religião se encontra o maior papo-furado já dito na história. Imagine só: A religião chegou a convencer as pessoas de que existe um homem-invisível, morando no céu, que vê tudo o que você faz, todo dia, a todo instante. E o "homem-invisível" tem uma lista especial de dez coisas que ele não quer que você faça e se você fizer qualquer uma dessas dez coisas ele tem um lugar especial cheio de fogo, fumaça, ardor, tortura e angústia para onde ele te envia para sofrer e se queimar e se sufocar e gritar e chorar para todo o sempre até o fim dos tempos.

Mas ele te ama...

Ele te ama e precisa de dinheiro. Ele sempre precisa de dinheiro. Ele é o todo-poderoso, todo perfeito, sabe tudo. Mas por alguma razão, não sabe administrar! A religião arrecada bilhões de dólares, eles não pagam impostos, e eles sempre querem um pouco mais.

Nem um dia - Djavan

Um dia frio
Um bom lugar prá ler um livro
E o pensamento lá em você
Eu sem você não vivo
Um dia triste
Toda fragilidade incide
E o pensamento lá em você
E tudo me divide

Longe da felicidade e todas as suas luzes
Te desejo como ao ar
Mais que tudo
És manhã na natureza das flores

Mesmo por toda riqueza dos sheiks árabes
Não te esquecerei um dia
Nem um dia
Espero com a força do pensamento
Recriar a luz que me trará você

E tudo nascerá mais belo
O verde faz do azul com o amarelo
O elo com todas as cores
Pra enfeitar amores gris

Um dia frio
Um bom lugar prá ler um livro
E o pensamento lá em você
Eu sem você não vivo
Um dia triste
Toda fragilidade incide
E o pensamento lá em você
E tudo me divide

Mesmo por toda riqueza dos sheiks árabes
Não te esquecerei um dia
Nem um dia
Espero com a força do pensamento
Recriar a luz que me trará você

E tudo nascerá mais belo
O verde faz do azul com o amarelo
O elo com todas as cores
Pra enfeitar amores gris

Amor, eu lembro de você quando escuto Djavan.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Einunddreizig Tage.

Falta exatamente um mês para eu morder essa maçã.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

And good, I suppose.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Stay in the shade - Jose González

Stay in the shade
until you reach the grave
Hide from yourself
and see how you fade
You'll see how you fade

Love moves on
Life goes on
And while you don't
you'll stand all alone
You'll see how you fade
You'll see how you fade
You'll see how you fade
moves on
You'll see how you fade
moves on

I got elfed.

Super viciante. Pra assistir minhas irmãs e eu dançando sincronizadamente:
http://www.elfyourself.com/?id=1158544476

E aqui, eu e meu amor, rs
http://www.elfyourself.com/?id=1158614360

Ai gente, eu sei, eu não tenho o que fazer mesmo!

A Igreja e o Estado - Mikhail Bakunin (Crítica ao teísmo)

"É óbvio que a liberdade não será restituída à humanidade, e que os verdadeiros interesses da sociedade – quaisquer que sejam os grupos, organizações sociais ou indivíduos que a compõem – só serão satisfeitos quando os Estados não mais existirem. Está claro que todos os chamados interesses gerais que o Estado deveria representar são de fato uma abstração, uma ficção, uma mentira. Estes interesses, na realidade, não são nada mais que a negação total e contínua dos interesses reais das regiões, comunas, associações e da grande maioria dos indivíduos submetidos ao Estado. O Estado é um enorme matadouro, um vasto cemitério no qual, sob a sombra e o pretexto de abstração, todas as reais aspirações e forças ativas de um país deixaram-se enterrar generosa e pacificamente.

Já que nenhuma abstração existe por si ou para si mesma, já que não tem pernas para andar, nem braços para criar, nem estômago para digerir as milhares de vítimas que lhe são dadas para que devore, torna-se óbvio que essa abstração religiosa e celestial, o próprio deus, representa na verdade os interesses muito positivos e reais de uma casta privilegiada, o clero. Da mesma forma que seu complemento terreno, a abstração política, que é o Estado, representa os interesses não menos reais e positivos da classe que é hoje o principal – se não o único – agente da exploração e que, além disso, ainda demonstra uma certa tendência para absorver todas as outras classes: a burguesia. E assim como o clero sempre estava dividido e hoje tende a dividir-se ainda mais entre uma minoria rica e poderosa e uma maioria empobrecida que lhe é subordinada; assim também a burguesia e suas várias organizações – tanto sociais quanto políticas, na indústria, agricultura, bancos e comércio, bem como em todas as funções administrativas, financeiras, judiciárias, acadêmicas, policiais e militares do Estado – tendem a tornar-se uma verdadeira oligarquia. Transformar-se-ão em enorme massa de indivíduos pretensiosos e decadentes, vivendo numa ilusão perpétua, empurrados inevitavelmente e cada vez mais para o proletariado pela força irresistível da situação econômica atual e reduzidos a servir como instrumentos cegos dessa toda-poderosa oligarquia.

A abolição da Igreja e do Estado deve ser a primeira e indispensável condição para a verdadeira libertação da sociedade; só depois que isso acontecer é que a sociedade poderá ser organizada de uma maneira diferente. Não de cima para baixo e segundo algum plano ideal sonhado por alguns sábios e eruditos, e menos ainda por decretos emanados de algum poder ditatorial, ou ainda por uma assembléia nacional eleita por sufrágio universal. Como já demonstrei, um tal sistema levaria inevitavelmente à criação de um novo estado e, conseqüentemente, à formação de uma aristocracia oficial, isto é, uma classe de indivíduos que não teriam nada em comum com o povo e que começariam imediatamente a explorar e subjugar esse povo em nome do bem estar geral ou para salvar o Estado. [...]"

E a crítica acaba com:

"Se não quisermos que o progresso seja, em nosso século, um sonho mentiroso, devemos acabar com a Igreja."

Um artigo um pouco agressivo e ao mesmo tempo contagiante.

Clique aqui para ler o artigo completo.

Situações Vol.1 - Jean-Paul Sartre

Maaaainha! Eu quero esse livro! Humpf

A leitura de um livro técnico requer uma postura do leitor que difere bastante da leitura de um romance. Requer persistência, ir e vir em cada frase, em cada parágrafo para poder compreender o que precisa ser compreendido. Assim é a leitura de Situações I críticas literárias, do Sartre. Trata-se de um livro denso, onde o autor se incursiona pela produção de uma série de autores fazendo uma análise minuciosa da sua escrita. Escolheu autores contemporâneos parisienses como Bataille, Blanchot, Camus, Giradoux, Mauriac, Nizan, Ponge, Rougemont, alguns americanos como Dos Passos, Faulkner, um russo Nabokov, incursionou pela fenomenologia analisando Husserl, encerrando o livro com a análise de Descartes.

Cada obra é dissecada com a mesma postura de um cientista diante de um fenômeno a ser desvendado. Cada elemento é analisado, desde o tempo verbal utilizado, a forma das frases, as idéias utilizadas e as pretendidas. No desenrolar do texto, vamos conhecendo quem foi o sujeito que escreveu aquelas linhas, qual a sua dinâmica, como era sua relação com a escrita, o que motivava sua escrita, e desta forma, compreendemos porque determinado autor escreve de uma forma, e outro de outra. Imagino que o autor ao ler o texto, tenha a desconfortável impressão de estar desnudo. Mas, ele não pára por aí. Tendo o conhecimento de quem é o autor, ele analisa seu alcance – até onde sua obra foi, até onde poderia ter ido, os limites nos quais esbarrou. E com isso ele não busca justificativa alguma, mas compreender o que acontece ali, com aquele autor, como foi possível que ele escrevesse tal coisa e não tal outra. E não se trata de uma análise puramente interpretativa, pois ele embasa o que coloca com palavras da própria obra, com citações, de forma que o leitor esbarra no fenômeno e não tem como contestá-lo. Feito essa acareação, essa análise exaustiva que desvela o autor aos olhos do leitor, ele se posiciona diante da obra, considerando então o valor dela. Passa então a ser o crítico mordaz, que não foi avaro com os elogios, nem sutil com as críticas. Fica-se diante de um Sartre severo, aquele que sabe que o homem é inteiramente responsável por suas escolhas, pelo ser que se definiu no mundo, e consequentemente por suas obras. Dessa forma, se um livro foi numa direção e não noutra, isso aconteceu pelas escolhas que o autor fez, num dado momento de sua vida. E a obra expressa esse movimento, mais uma vez confirmando o que Sartre já dizia no “diário de uma guerra estranha”, que num movimento acontecido num instante, se consegue ver o sujeito na sua totalidade. Foi esse o caminho que ele fez, da análise do livro escrito, chegou ao ser do autor. Trabalho árduo, que torna este livro bastante técnico e fastidioso para o leitor comum. Entretanto, para aqueles cujo interesse é voltado para a literatura no sentido técnico, a psicologia e a filosofia, a leitura fascina.

Resumo tirado do site Shvoong.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Ideias.

Não consigo colocar os pés
         dos meus pensamentos
   no chão
Eles voam sem razão de
    ser,
           sem explicação.
Fazem-me
                      ter uma overdose
       de reflexões,
um coma psicodélico.

Mas aprendemos
                  a conviver
Com esse vício de pensar em silêncio,
          Em segredo.

Volta e meia eles
          falham
E tocam por um momento o firmamento:
Aí então, é a hora de agir – rápido - antes
Que saiam voando novamente pelos ares.

É loucura
    demais
        pensar
                que
        pensar
    demais
é loucura.

Poft!

Depois de 11 meses frequentando todos os dias esse café, só descubro agora que ele tem internet wareless aberto, e eu pagava 2 euros 30 minutos na bosta do internet café.

Ou seja, cerveja.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Bleh.

Fizeste da tua vida
Uma aventura errante
Fizeste da tua tristeza
Uma dor dilacerante
Teus desejos mais berrantes
Hoje são ecos constantes
De uma noite agoniante
Da volúpia sufocante
Teu conhaque barato te embriaga
Suspiros em teu ouvido te maltratam
Um quarto sem nada e degradante usaste
Para consumar o amor que não tiveste
Teus olhos suplicam piedade
Tua boca em outra reserva a vil maldade
Fizeste da tua noite
Um breve tormento
A chuva que era intensa
Refletia o teu lamento
O sol raia
Num domingo entediante
Logo se apaga
Num crepúsculo mortificante

(Autora especial)

New pix.



quinta-feira, 29 de novembro de 2007

...

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Pra ser sincero.

E agora é tanto amor. Me abrace como foi. Te adoro e você vem comigo aonde quer que eu vôe. E o que passou, calou. E o que virá, dirá. E só ao seu lado, seu telhado me faz feliz de novo. O tempo vai passar e tudo vai entrar no jeito certo de nós dois. As coisas são assim e se será, será. Prá ser sincero meu remédio é te amar, te amar. Não pense, por favor, que eu não sei dizer que é amor tudo o que eu sinto longe de você...

Tropa de Elite.

"Tropa de elite osso duro de roer, pega um pega geral, também vai pegar você".

Esse filme dá nó na garganta.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Fim de semana: Uma bosta.

Julia, estranho e Ramon no McDonald's em Hamburg Hauptbahnhof.

O Cavalo que Bebia Cerveja - Guimarães Rosa

Essa chácara do homem ficava meio ocultada, escurecida pelas árvores, que nunca se viu plantar tamanhas tantas em roda de uma casa. Era homem estrangeiro. De minha mãe ouvi como, no ano da espanhola, ele chegou, acautelado e espantado, para adquirir aquele lugar de todo defendimento; e a morada, donde de qualquer janela alcançasse de vigiar a distância, mãos na espingarda; nesse tempo, não sendo ainda tão gordo, de fazer nojo. Falavam que comia a quanta imundície: caramujo, até rã, com as braçadas de alfaces, embebidas num balde de água. Ver, que almoçava e jantava, da parte de fora, sentado na soleira da porta, o balde entre suas grossas pernas, no chão, mais as alfaces; tirante que, a carne, essa, legítima de vaca, cozinhada. Demais gastasse era com cerveja, que não bebia à vista da gente. Eu passava por lá, ele me pedia: — "Irivalíni, bisonha outra garrafa, é para o cavalo..." Não gosto de perguntar, não achava graça. Às vezes eu não trazia, às vezes trazia, e ele me indenizava o dinheiro, me gratificando. Tudo nele me dava raiva. Não aprendia a referir meu nome direito. Desfeita ou ofensa, não sou o de perdoar — a nenhum de nenhuma.

Minha mãe e eu sendo das poucas pessoas que atravessávamos por diante da porteira, para pegar a pinguela do riacho. — "Dei'stá, coitado, penou na guerra..." — minha mãe explicando. Ele se rodeava de diversos cachorros, graúdos, para vigiarem a chácara. De um, mesmo não gostasse, a gente via, o bicho em sustos, antipático — o menos bem tratado; e que fazia, ainda assim, por não se arredar de ao pé dele, estava, a toda a hora, de desprezo, chamando o endiabrado do cão: por nome "Mussulino". Eu remoia o rancor: de que, um homem desses, cogotudo, panturro, rouco de catarros, estrangeiro às náuseas — se era justo que possuísse o dinheiro e estado, vindo comprar terra cristã, sem honrar a pobreza dos outros, e encomendando dúzias de cerveja, para pronunciar a feia fala. Cerveja? Pelo fato, tivesse seus cavalos, os quatro ou três, sempre descansados, neles não amontava, nem agüentasse montar. Nem caminhar, quase, não conseguia. Cabrão! Parava pitando, uns charutos pequenos, catinguentos, muito mascados e babados. Merecia um bom corrigimento. Sujeito sistemático, com sua casa fechada, pensasse que todo o mundo era ladrão.

Isto é, minha mãe ele estimava, tratava com as benevolências. Comigo, não adiantava — não dispunha de minha ira. Nem quando minha mãe grave adoeceu, e ele ofertou dinheiro, para os remédios. Aceitei; quem é que vive de não? Mas não agradeci. Decerto ele tinha remorso, de ser estrangeiro e rico. E, mesmo, não adiantou, a santa de minha mãe se foi para as escuridões, o danado do homem se dando de pagar o enterro. Depois, indagou se eu queria vir trabalhar para ele. Sofismei, o quê. Sabia que sou sem temor, em meus altos, e que enfrento uns e outros, no lugar a gente pouco me encarava. Só se fosse para ter a minha proteção, dia e noite, contra os issos e vindiços. Tanto, que não me deu nem meio serviço por cumprir, senão que eu era para burliquear por lá, contanto que com as armas. Mas, as compras para ele, eu fazia. — "Cerveja, Irivalíni. É para o cavalo..." — o que dizia, a sério, naquela língua de bater ovos. Tomara ele me xingasse! Aquele homem ainda havia de me ver.

Do que mais estranhei, foram esses encobrimentos. Na casa, grande, antiga, trancada de noite e de dia, não se entrava; nem para comer, nem para cozinhar. Tudo se passava da banda de cá das portas. Ele mesmo, figuro que raras vezes por lá se introduzia, a não ser para dormir, ou para guardar a cerveja — ah, ah, ah — a que era para o cavalo. E eu, comigo: — "Tu espera, porco, para se, mais dia menos dia, eu não estou bem aí, no haja o que há!" Seja que, por essa altura, eu devia ter procurado as corretas pessoas, narrar os absurdos, pedindo providências, soprar minhas dúvidas. O que fácil não fiz. Sou de nem palavras. Mas, por aí, também, apareceram aqueles — os de fora.

Sonsos os dois homens, vindos da capital. Quem para eles me chamou, foi o seo Priscílio, subdelegado. Me disse: — "Reivalino Belarmino, estes aqui são de autoridade, por ponto de confiança." E os de fora, me pegando à parte, puxaram por mim, às muitas perguntas. Tudo, para tirar tradição do homem, queriam saber, em pautas ninharias. Tolerei que sim; mas nada não fornecendo. Quem sou eu, quati, para cachorro me latir? Só cismei escrúpulos, pelas más caras desses, sujeitos embuçados, salafrados também. Mas, me pagaram, o bom quanto. O principal deles dois, o de mão no queixo, me encarregou: que, meu patrão, sendo homem muito perigoso, se ele vivia mesmo sozinho? E que eu reparasse, na primeira ocasião, se ele não tinha numa perna, embaixo, sinal velho de coleira, argolão de ferro, de criminoso fugido de prisão. Pois sim, piei prometi.

Perigoso, para mim? — ah, ah. Pelo que, vá, em sua mocidade, podendo ter sido homem. Mas, agora, em pança, regalão, remanchão, somente quisesse a cerveja — para o cavalo. Desgraçado, dele. Não que eu me queixasse, por mim, que nunca apreciei cerveja; gostasse, comprava, bebia, ou pedia, ele mesmo me dava. Ele falava que também não gostava, não. De verdade. Consumia só a quantidade de alfaces, com carne, boquicheio, enjooso, mediante muito azeite, lambia que espumava. Por derradeiro, estava meio estramontado, soubesse da vinda dos de fora? Marca de escravo em perna dele, não observei, nem fiz por isso. Sou lá serviçal de meirinho-mor, desses, excogitados, de tantos visares? Mas eu queria jeito de entender, nem que por uma fresta, aquela casa, debaixo de chaves, espreitada. Os cachorros já estando mansos amigáveis. Mas, parece que seo Giovânio desconfiou. Pois, por minha hora de surpresa, me chamou, abriu a porta. Lá dentro, até fedia a coisa sempre em tampa, não dava bom ar. A sala, grande, vazia de qualquer amobiliado, só para espaços. Ele, nem que de propósito, me deixou olhar à minha conta, andou comigo, por diversos cômodos, me satisfiz. Ah, mas, depois, cá comigo, ganhei conselho, ao fim da idéia: e os quartos? Havia muitos desses, eu não tinha entrado em todos, resguardados. Por detrás de alguma daquelas portas, pressenti bafo de presença — só mais tarde? Ah, o carcamano queria se birbar de esperto; e eu não era mais?

Demais que, uns dias depois, se soube de ouvidos, tarde da noite, diferentes vezes, galopes no ermo da várzea, de cavaleiro saído da porteira da chácara. Pudesse ser? Então, o homem tanto me enganava, de formar uma fantasmagoria, de lobisomem. Só aquela divagação, que eu não acabava de entender, para dar razão de alguma coisa: se ele tivesse, mesmo, um estranho cavalo, sempre escondido ali dentro, no escuro da casa?

Seo Priscílio me chamou, justo, outra vez, naquela semana. Os de fora estavam lá, de colondria, só entrei a meio na conversa; um deles dois, escutei que trabalhava para o "Consulado". Mas contei tudo, ou tanto, por vingança, com muito caso. Os de fora, então, instaram com seo Priscílio. Eles queriam permanecer no oculto, seo Priscílio devia de ir sozinho. Mais me pagaram.

Eu estava por ali, fingindo não ser nem saber, de mão-posta. Seo Priscílio apareceu, falou com seo Giovânio: se que estórias seriam aquelas, de um cavalo beber cerveja? Apurava com ele, apertava. Seo Giovânio permanecia muito cansado, sacudia devagar a cabeça, fungando o escorrido do nariz, até o toco do charuto; mas não fez mau rosto ao outro. Passou muito a mão na testa: — "Lei, guer ver?" Saiu, para surgir com um cesto com as garrafas cheias, e uma gamela, nela despejou tudo, às espumas. Me mandou buscar o cavalo: o alazão canela-clara, bela-face. O qual — era de se dar a fé? — já avançou, avispado, de atreitas orelhas, arredondando as ventas, se lambendo: e grosso bebeu o rumor daquilo, gostado, até o fundo; a gente vendo que ele já era manhudo, cevado naquilo! Quando era que tinha sido ensinado, possível? Pois, o cavalo ainda queria mais e mais cerveja. Seo Priscílio se vexava, no que agradeceu e se foi. Meu patrão assoviou de esguicho, olhou para mim: "Irivalíni, que estes tempos vão cambiando mal. Não laxa as armas!" Aprovei. Sorri de que ele tivesse as todas manhas e patranhas. Mesmo assim, meio me desgostava.

Sobre o tanto, quando os de fora tornaram a vir, eu falei, o que eu especulava: que alguma outra razão devia de haver, nos quartos da casa. Seo Priscílio, dessa vez, veio com um soldado. Só pronunciou: que queria revistar os cômodos, pela justiça! Seo Giovânio, em pé de paz, acendeu outro charuto, ele estava sempre cordo. Abriu a casa, para seo Priscílio entrar, o soldado; eu, também. Os quartos? Foi direto a um, que estava duro de trancado. O do pasmoso: que, ali dentro, enorme, só tinha o singular — isto é, a coisa a não existir! — um cavalão branco, empalhado. Tão perfeito, a cara quadrada, que nem um de brinquedo, de menino; reclaro, branquinho, limpo, crinado e ancudo, alto feito um de igreja — cavalo de São Jorge. Como podiam ter trazido aquilo, ou mandado vir, e entrado ali acondicionado? Seo Priscílio se desenxaviu, sobre toda a admiração. Apalpou ainda o cavalo, muito, não achando nele oco nem contento. Seo Giovânio, no que ficou sozinho comigo, mascou o charuto: — "Irivalíni, pecado que nós dois não gostemos de cerveja, hem?" Eu aprovei. Tive a vontade de contar a ele o que por detrás estava se passando.

Seo Priscílio, e os de fora, estivessem agora purgados de curiosidades. Mas eu não tirava o sentido disto: e os outros quartos, da casa, o atrás de portas? Deviam ter dado a busca por inteiro, nela, de uma vez. Seja que eu não ia lembrar esse rumo a eles, não sou mestre de quinaus. Seo Giovânio conversava mais comigo, banzativo: — "Irivalíni, eco, a vida é bruta, os homens são cativos..." Eu não queria perguntar a respeito do cavalo branco, frioleiras, devia de ter sido o dele, na guerra, de suma estimação. — "Mas, Irivalíni, nós gostamos demais da vida..." Queria que eu comesse com ele, mas o nariz dele pingava, o ranho daquele monco, fungando, em mal assôo, e ele fedia a charuto, por todo lado. Coisa terrível, assistir aquele homem, no não dizer suas lástimas. Saí, então, fui no seo Priscílio, falei: que eu não queria saber de nada, daqueles, os de fora, de coscuvilho, nem jogar com o pau de dois bicos! Se tornassem a vir, eu corria com eles, despauterava, escaramuçava — alto aí! — isto aqui é Brasil, eles também eram estrangeiros. Sou para sacar faca e arma. Seo Priscílio sabia. Só não soubesse das surpresas.

Sendo que foi de repente. Seo Giovânio abriu de em par a casa. Me chamou: na sala, no meio do chão, jazia um corpo de homem, debaixo de lençol. — "Josepe, meu irmão"... - ele me disse, embargado. Quis o padre, quis o sino da igreja para badalar as vezes dos três dobres, para o tristemente. Ninguém tinha sabido nunca o qual irmão, o que se fechava escondido, em fuga da comunicação das pessoas. Aquele enterro foi muito conceituado. Seo Giovânio pudesse se gabar, ante todos. Só que, antes, seo Priscílio chegou, figuro que os de fora a ele tinham prometido dinheiro; exigiu que se levantasse o lençol, para examinar. Mas, aí, se viu só o horror, de nós todos, com caridade de olhos: o morto não tinha cara, a bem dizer — só um buracão, enorme, cicatrizado antigo, medonho, sem nariz, sem faces — a gente devassava alvos ossos, o começo da goela, gargomilhos, golas. — "Que esta é a guerra..." — seu Giovânio explicou — boca de bobo, que se esqueceu de fechar, toda doçuras.

Agora, eu queria tomar rumo, ir puxando, ali não me servia mais, na chácara estúrdia e desditosa, com o escuro das árvores, tão em volta. Seo Giovânio estava da banda de fora, conforme seu costume de tantos anos. Mais achacoso, envelhecido, subitamente, no trespassamento da manifesta dor. Mas comia, sua carne, as cabeças de alfaces, no balde, fungava. — "Irivalíni... que esta vida... bisonha. Caspité?" — perguntava, em todo tom de canto. Ele avermelhadamente me olhava. — "Cá eu pisco..." — respondi. Não por nojo, não dei um abraço nele, por vergonha, para não ter também as vistas lagrimadas. E, então, ele fez a mais extravagada coisa: abriu cerveja, a que quanta se espumejasse. — "Andamos, Irivalíni, contadino, bambino?" — propôs. Eu quis. Aos copos, aos vintes e trintas, eu ia por aquela cerveja, toda. Sereno, ele me pediu para levar comigo, no ir-m'embora, o cavalo — alazão bebedor — e aquele tristoso cachorro magro, Mussulino.

Não avistei mais o meu Patrão. Soube que ele morreu, quando em testamento deixou a chácara para mim. Mandei erguer sepulturas, dizer as missas, por ele, pelo irmão, por minha mãe. Mandei vender o lugar, mas, primeiro, cortarem abaixo as árvores, e enterrar no campo o trem, que se achava, naquele referido quarto. Lá nunca voltei. Não, que não me esqueço daquele dado dia — o que foi uma compaixão. Nós dois, e as muitas, muitas garrafas, na hora cismei que um outro ainda vinha sobrevir, por detrás da gente, também, por sua parte: o alazão façalvo; ou o branco enorme, de São Jorge; ou o irmão, infeliz medonhamente. Ilusão, que foi, nenhum ali não estava. Eu, Reivalino Belarmino, capisquei. Vim bebendo as garrafas todas, que restavam, faço que fui eu que tomei consumida a cerveja toda daquela casa, para fecho de engano.

...

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Certezas.

"Não quero alguém que morra de amor por mim... Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando. Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade. Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim... Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível... E que esse momento será inesquecível...

Só quero que meu sentimento seja valorizado. Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre... E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor. Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém... e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto. Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho... Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento... e não brinque com ele. E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.

Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe... Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz. Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz. Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas... Que a esperança nunca me pareça um "não" que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como "sim".

Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros... Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento. Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão... Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim... e que valeu a pena."

Estou em dúvida se esse texto é do Mário Quintana ou de Benjamin Constant.

Benjamin Constant

Todo sentimento precisa de um passado pra existir, o amor não. Ele cria como por um encanto um passado que nos cerca. Ele nos dá a conciência de havermos vivido anos a fio com alguém que a pouco era quase um estranho. Ele supre a falta de lembranças por uma espécie de mágica.

domingo, 18 de novembro de 2007

Agenda?

Show da Roisin Murphy em Hamburg nesse sábado que vem. Vai ser demais :~

Pra quem não a conhece:

sábado, 17 de novembro de 2007

Orkut!

Gente, fiz uma limpeza na minha lista de "amigos" do Orkut. Quanta coisa inútil, quanta gente inútil. Eu tinha 387 pessoas, e agora tenho 63! Haha What a shame... But still feeling good.

What a delusion!

Drink hardly the water of beauty, sweetheart, as much as you can.
The more you drink it the more you feel empty.
Your youth days are counted.

What have you been cultivating?

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Björk & PJ Harvey- Satisfaction


Bem, gosto apenas de algumas poucas músicas da Björk, pago pau mesmo pela PJ Harvey... Essa versão da música dos Rolling Stones ficou fantástica.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Me perdoa.

"A vida irá, você vai ver,
Aos poucos te ensinando
Que o certo você vai saber
Errando, errando, errando."
(Toquinho)


Nós erramos, nós erramos e erramos. E esses erros são essenciais na minha vida. Preciso deles pra me tornar uma pessoa melhor, pra me sentir segura e tomar minhas decisões. Preciso quebrar a cara. E quem nunca errou? Não uso isso para dar uma desculpa esfarrapada e defender meus erros. É um processo doloroso, que me faz sentir até uma idiota.

A questão é se você sabe lidar com eles, se sabe apreciá-los e transformá-los em experiências de vida. Repeti-los será o pecado.

Sou uma pessoa que não admite as mesmas falhas, nem minhas, nem de ninguém. Por isso quero deixar claro que não defendo todos os tipos de erros, defendo aqueles que são inexperientes, não incompetentes.

E eu não sou incompetente. Sei muito bem lapidar minha estrada. Às vezes, pareço inconseqüente (talvez até seja) mas jamais os repito.

Hoje, magoei alguém que se importa comigo (que me ama), fiz uma coisa feia – eu sei - e ela me indicou o caminho correto, embora eu já soubesse qual era.

Enfim... palavras, são só palavras. Agora só o tempo vai provar à essa pessoa (a quem devo minha felicidade, meus sonhos e meus planos - a pessoa que eu mais amo no mundo) que esse erro não se repetirá,

E confiança. Você confia em mim?

Edith Piaf - A quoi ça sert l'amour?


A quoi ça sert, l’amour?
On raconte toujours
Des histoires insensées
A quoi ça sert d’aimer?

L’amour ne s’explique pas!
C’est une chose comme ça!
Qui vient on ne sait d’où
Et vous prend tout à coup.

Moi, j’ai entendu dire
Que l’amour fait souffrir,
Que l’amour fait pleurer,
A quoi ça sert d’aimer?

L’amour, ça sert à quoi?
A nous donner d’la joie
Avec des larmes aux yeux…
C’est triste et merveilleux!

Pourtant on dit souvent
Que l’amour est décevant
Qu’il y a un sur deux
Qui n’est jamais heureux…

Même quand on l’a perdu
L’amour qu’on a connu
Vous laisse un gout du miel -
L’amour c’est éternel!

Tout ça c’est très joli,
Mais quand tout est fini
Il ne vous reste rien
Qu’un immense chagrin…

Tout ce qui maintenant
Te semble déchirant
Demain, sera pour toi
Un souvenir de joie!

En somme, si j’ai compris,
Sans amour dans la vie,
Sans ses joies, ses chagrins,
On a vécu pour rien?

Mais oui! Regarde-moi!
A chaque fois j’y crois!
Et j’y croirait toujours…
Ça sert à ça l’amour!

Mais toi, tu es le dernier!
Mais toi’ tu es le premier!
Avant toi y avait rien
Avec toi je suis bien!

C’est toi que je voulais!
C’est toi qu’il me fallait !
Toi que j’aimerais toujours…
Ça sert à ça l’amour!

Pra que serve o amor?
A gente conta todos os dias
Incessantemente histórias
Sobre a que serve amar?

O amor não se explica
É uma coisa assim
Que vem não se sabe de onde
E te pega de uma vez

Eu, eu escutei dizer
Que o amor faz sofrer
Que o amor faz chorar
Pra que se serve amar?

O amor, serve pra que?
Para nos dar alegria
com lágrimas nos olhos
É uma triste maravilha

No entanto, dizem sempre
Que o amor decepciona
Que há um dos dois
Que nunca está contente

Mesmo quando o perdemos
O amor que conhecemos
Nos deixa um gosto de mel
O amor é eterno

Tudo isso é muito lindo
Mas quando acaba
Não lhe resta nada
Além de uma enorme dor

Tudo agora
Que lhe parece "rasgável"
Amanhã, será para você
Uma lembrança de alegria

Em resumo, eu entendi
Que sem amor na vida
Sem essas alegrias, essas dores
Nós vivemos para nada

Mas sim, me escute
Cada vez mais eu acredito
E eu acreditarei pra sempre
Que é pra isso que serve o amor

Mas você, você é o último
Mas você, você é o primeiro
Antes de você não havia nada
Com você eu estou bem

Era você quem eu queria
Era de você que eu precisava
Eu te amarei pra sempre
E a isso que serve o amor.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

E a gente cresce..

É cada dilema que a vida arranja, você pode ter 18 anos, você pode ter 60 anos, mas você sempre vai se deparar com a questão "como agir dessa vez? Com o coração ou a razão?", e sempre vai quebrar a cabeça.

Não tenho atualizado muito isso aqui, estava tendo uns probleminhas com minha vida aqui de intercambista e de apaixonada mas acho que agora está tudo resolvido. Acho que essa semana a minha cabeça volta, e assim posso pesquisar alguns textos legais.

TE AMO INÁH!

domingo, 11 de novembro de 2007

Trainspotting

"Choose life. Choose a job. Choose a career. Choose a family. Choose a fucking big television! Choose washing machines, cars, compact disc players and electrical tin openers. Choose good health, low cholesterol, and dental insurance. Choose fixed interest mortgage repayments. Choose a starter home. Choose your friends. Choose leisurewear and matching luggage. Choose a three-piece suite on hire purchase in a range of fucking fabrics. Choose diy and wondering who the fuck you are on a Sunday morning. Choose sitting on that couch watching mind-numbing, spirit-crushing game shows, stuffing fucking junk food into your mouth. Choose rotting away at the end of it all, pissing your last in a miserable home, nothing more than an embarrasment to the selfish, fucked up brats you spawned to replace yourself. Choose your future. Choose life. But why would I want to do a thing like that? I chose no to choose life... I chose something else.And the reasons? There are no reasons."

Escolha vida. Escolha um emprego. Escolha uma carreira. Escolha uma família. Escolha a porra de uma televisão grande! Escolha máquina de lavar, carros, tocador de cd compacto e um abridor de lata elétrico. Escolha boa saúde, baixo colesterol, e plano dental. Escolha reembolsar o calote da hipoteca. Escolha uma casa para começar. Escolha seus amigos. Escolha roupas confortáveis e combiando. Escolha três peças de roupa para experimentar a porra dos tecidos. Escolha faça-você-mesmo e se pergunte quem diabos você é em uma manhã de domingo. Escolha sentar num sofá para assistir algo monótono, programas de jogos idiotas, colocando um monte de comida gordurosa na sua boca. Escolha sair dessa rotina no final de tudo isso, dê a ultima mijada na sua casa miserável, nada mais que uma vergonha do egoísmo, dos filhos mal educados e fudidos que você fez para te substituir. Escolha seu futuro. Escolha vida. Mas por que eu queria fazer uma coisa dessa? Eu digo não para a escolha da vida... eu escolho outra coisa. E as razões? Não há razões.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Amor ímpar

De tanto ter, a todos sempre ensina;
Do ensino ser tanto, o amor só aumenta.
De defeitos, porém, não és isenta;
Porém, suprida és por ser leonina.

A força tua é tamanha, menina!
Possuis uma escassa ferramenta:
Sabes juntar açúcar a pimenta
E amá-los de maneira cristalina!

Irmandade minha que tanto adoro,
És raridade que tanto fascina
E fascínio que nunca me engana:

És a mulher pela qual tanto oro;
És, da minha vida, a pura sina.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

I can't handle anymore.

Nesse colégio eu estou submetida a um regime de humilhação.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Doida.

Estou tendo uma crise de ansiedade. Eu tive que sair do colégio porque é horrivel. É como se você tivesse tomado ecstasy, seu corpo fica elétrico, você fica com vontade de gritar, suas pupilas ficam dilatadas, vontade de correr, de pular, soa frio, suas pernas ficam inquietas, você perde a respiração, e fuma um cigarro atrás do outro. É como se tivesse um monstro dentro de você. Nossa, ODEIO isso. E é tudo bem de repente, estou bem e, do nada, vem uma falta de ar e depois uma explosão.

Estou aqui num internet café, às 10:23am e bebendo cerveja. Espero que resolva.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

La la la

O que fazes por sonhar é o mundo que virá pra ti e para mim. Vamos descobrir o mundo juntos baby, quero aprender com o teu pequeno grande coração meu amor, meu amor.

Esse blog.

Estou achando ele um pouco desinteressante. Você não está achando?

Bertolt Brecht

"Es ist ein weit verbreiteter Unfug, dass die Liebe über die Freundschaft gestellt wird und außerdem als etwas völlig anderes betrachtet. Die Liebe ist aber nur soviel wert, als sie Freundschaft enthält, aus der allein sie sich immer wieder herstellen kann. Mit der Liebe der üblichen Art wird man nur abgespeist, wenn es zur Freundschaft nicht reicht."

Resumindo, o texto fala que o que vale a pena é deixar a amizade acima do amor. Enfim, não tem como traduzir isso, é uma forma muito complexa e antiga de usar alemão. Mas fica aí pra quem entende, rs.

Mesmo drama de sempre.

Hoje no colégio eu quase mandei a professora de alemão tomar no cú. Chegou ao ponto da professora de química falar para mim: "Nossa Frau Schülze te odeia mesmo".

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Set the fire to the third bar - Snow Patrol

I find the map and draw a straight line
Over rivers, farms, and state lines
The distance from A to where you'd B
It's only finger-lengths that I see
I touch the place where I'd find your face
My fingers in creases of distant dark places

I hang my coat up in the first bar
There is no peace that I've found so far
The laughter penetrates my silence
As drunken men find flaws in science

Their words mostly noises
Ghosts with just voices
Your words in my memory
Are like music to me

I'm miles from where you are,
I lay down on the cold ground
I, I pray that something picks me up
And sets me down in your warm arms

After I have travelled so far
We'd set the fire to the third bar
We'd share each other like an island
Until exhausted, close our eyelids
And dreaming, pick up from
The last place we left off
Your soft skin is weeping
A joy you can't keep in

I'm miles from where you are,
I lay down on the cold ground
And I, I pray that something picks me up
and sets me down in your warm arms

And miles from where you are,
I lay down on the cold ground
and I, I pray that something picks me up
and sets me down in your warm arms

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Eu só quero que você saiba...

Que eu estou pensando em você,
agora e sempre mais.

Não sou neurótica, eu sou ligada!

Esse blog desalinhado me causa uma confusão mental.

Psicoadaptação - Augusto Cury

O fenômeno da psicoadaptação é a incapacidade de emoção humana de reagir na mesma intensidade frente à exposição do mesmo estímulo. Quando nos expomos repetidamente a estímulos que nos excitam negativa ou positivamente, com o tempo perdemos a intensidade da reação emocional. Enfim, nos psicoadaptamos a eles.

Nós nos psicoadaptamos ao celular, ao carro, ao tipo de roupa, à decoração de nossa casa, aos conceitos, aos paradigmas sociais. Assim, perdemos o prazer e procuramos inconscientemente novos estímulos, novos objetos, novas idéias. Só conseguimos voltar a ter prazer se reciclamos nossa capacidade de observar e valorizamos detalhes não contemplados.

No aspecto positivo, a psicoadaptação gera uma revolução criativa. Nos estimula a procurar o novo, amar o desconhecido. Ela é um dos grandes fenômenos psicológicos inconscientes responsáveis pelas mudanças nos movimentos literários, na pintura, na arquitetura e até na ciência.

Todavia, quando a psicoadaptação é exagerada, ela gera insatisfação crônica e consumismo. Nada agrada prolongadamente. As conquistas geram um prazer rápido e fugaz. Aqui está uma das maiores armadilhas da emoção. Por isso, não é saudável que os pais dêem muitos presentes para os filhos. Eles se psicoadaptam ao excesso de brinquedos. O resultado é maléfico! Consomem cada vez mais coisas, mas obtêm cada vez menos prazer.

Outra grande armadilha da emoção é a psicoadaptação às violências sociais, aos ataques terroristas, à competição no trabalho, às brigas conjugais, aos fracassos profissionais, a depressão, pânico, ansiedade. A conseqüencia? Perdemos a capacidade de reagir. Nesse caso, o homo sapiens se torna um espectador passivo de suas misérias. Este é um assunto para vários livros. Espero que o leitor perceba que nossa espécie está adoecendo coletivamente.

Muitos psicólogos e cientistas sociais, por não compreenderem esse processo inconscientemente, não entendem que com o tempo os problemas psíquicos e sociais deixam de excitar a emoção. Este processo nos algema, destrói a capacidade de lutar pelo que amamos. Há pessoas que arrastam sua depressão, timidez e insegurança a vida toda por causa disso.

Será que você não está psicoadaptando à falta de diálogo na família, à dificuldade de conquistar um aluno difícil ou um colega de trabalho complicado?

Muitos soldados alemães perderam a sensibilidade à medida que se submetiam à propaganda nazista e observaram passivamente os judeus morrendo nos campos de concentração. As conseqüencias da psicoadaptação são inúmeras e extremamente complexas.

domingo, 28 de outubro de 2007

O Diário de um Louco - Nicolai Gogol

3 de outubro.

     Aconteceu-me hoje uma aventura insólita. Levantei-me bastante tarde e, quando Mavra me trouxe as botas limpas, perguntei-lhe que horas eram. Ao ouvir que já passava muito das dez, comecei a vestir-me com mais pressa. Confesso que não tinha a menor vontade de ir à repartição, pois já sabia com que cara feia o nosso chefe de seção me receberia. Há muito tempo que ele vive dizendo-me: — “Então, irmão, que tens? Que confusão é essa na tua cabeça? De vez em quando te agitas como quem ficou asfixiado pelo vapor da estufa, e atrapalhas o serviço de tal maneira que nem o próprio Satanás o desembaralharia, pões minúscula no título, não colocas nem data nem número!” Maldito palerma! Decerto está com inveja de mim, porque o meu lugar é no gabinete do diretor, onde aparo as penas de S. Exª. Numa palavra, eu não teria ido à repartição se não fosse a esperança de lá encontrar o caixa e, talvez, extorquir daquele judeu alguma coisa por conta do próximo ordenado. Mas que homem! Para ele fazer um adiantamento sobre o mês que vem — Deus do Céu! — mais depressa virá o juízo final. Pode a gente pedir, estar em extrema necessidade, rebentar, que o diabo do velho não adianta nada. Entretanto em casa — todo o mundo sabe — leva bofetões até da cozinheira. Não vejo, aliás, a utilidade de trabalhar na repartição. Não dá vantagem alguma. Já na administração estadual, nos tribunais e nas recebedorias o caso é outro. Lá, cada funcionário se encolhe no seu cantinho e vai escrevinhando, metido num fraque sujo, com uma cara de se escarrar nela; mas veja-se a casa de campo que ele aluga. Ninguém lhe ofereça de presente uma taça de porcelana, pois dirá logo: — “Isso é presente para um doutor”; mas aceitará uma parelha de cavalos, um carro ou uma peliça de castor de trezentos rublos. De aparência tão delicada, fala baixinho: — “Empreste-me, por favor, o canivetezinho para fazer ponta na peninha” — mas depois limpa o requerente de tal forma que mal lhe deixa a camisa do corpo. É verdade que o serviço da repartição é diferente: há uma limpeza como nunca se vê numa repartição estadual; as mesas são de madeira vermelha e,os chefes nos tratam por “o senhor”. Com efeito, se o serviço não tivesse este caráter honroso, confesso que há muito teria deixado a repartição. Vesti um velho capote e apanhei o guarda-chuva, pois chovia torrencialmente. Nas ruas não se via ninguém. a não ser umas camponesas que cobriam a cabeça com as saias, uns comerciantes russos sob guarda-chuvas, e alguns cocheiros.

De nobres, apenas um funcionário trocava pernas. Avistei-o numa encruzilhada e logo disse com os meus botões: — “Bonito, meu caro: em vez de ir à repartição, ficas a andar atrás da pessoa que vai à tua frente, olhando-lhe as perninhas finas.” Belo patife o nosso irmão funcionário! Palavra de honra, um oficial não lhe leva vantagem: basta passar uma mulher de chapéu, e ele a aborda inevitavelmente. Enquanto meditava assim, vi um carro aproximar-se da loja perto da qual me encontrava. Reconheci-o logo: era a caleça do nosso diretor. — “Mas ele nada tem que fazer nesta loja — pensei. — Realmente: é a filha dele.” Encolhi-me rente à parede. Um lacaio abriu a portinhola, e ela saltou do carro feito um passarinho. Como olhava à direita e à esquerda, como levantava as sobrancelhas e as pálpebras... Deus do Céu! senti-me perdido, sim, inteiramente perdido. Foi então para isso que ela resolveu sair em dia tão chuvoso? Digam-me agora que as mulheres não são loucas por todos aqueles trapos. Ela não me reconheceu, pois eu mesmo fiz tudo para esconder o rosto; estava com um capote bastante surrado e, além disso, de feição antiga. Usam-se hoje capotes de gola comprida, e o meu era de gola curta e sem lustre. A cachorrinha dela, como não teve tempo de acompanhá-la até à loja, ficou na rua. Conheço essa cachorra. Chamam-na Medji. Nem decorreu um minuto, e de repente ouvi uma vozinha fina: — Bom dia, Medji. Vejam só! Quem será mesmo? Olhei em redor, e vi aproximarem-se duas damas sob o mesmo guarda-chuva, uma velhinha, a outra moça. Mal haviam passado, ouvi perto de mim a mesma voz: — Que modos feios, Medji! Que diabo! Vi que Medji e outro cachorro, vindo atrás das senhoras, se andavam farejando um ao outro. — “Estarei completamente bêbado? — perguntei a mim mesmo. — Mas isto me acontece raras vezes.” Então vi a própria Medji pronunciar estas palavras: — Não, Fidel, estás enganado. Au, au! Eu tenho estado — au, au! — muito doente. Que cachorra esquisita! Fiquei bastante surpreendido, devo confessá-lo, ao ouvi-la exprimir-se em linguagem humana. Mas depois, ao refletir direitinho no caso, deixei de estranhá-lo. Com efeito, já se deram no mundo muitos fatos parecidos. Dizem que na Grã-Bretanha um peixe veio a terra e pronunciou duas palavras numa língua tão estranha que os sábios, por muito que a procurem determinar, há três anos, ainda não chegaram a nenhum resultado. Li também nos jornais acerca de duas vacas que entraram numa loja e pediram para si uma libra de chá. Mas surpreendi-me outra vez ao ouvir Medji acrescentar: — Eu te escrevi, Fidel. Provavelmente Polkan não te entregou a minha carta.

Assim receba eu o meu ordenado! Nunca em minha vida tinha ouvido dizer que os cachorros sabiam escrever. Só mesmo um fidalgo pode escrever direito. Sem dúvida, há também uns caixeiros e até uns servos que assinam o nome de vez em quando, mas na maioria dos casos aquilo é puramente mecânico; eles não têm nem pontuação nem estilo. Fiquei bastante admirado desse caso. É verdade que de algum tempo para cá tenho ouvido e visto coisas que nunca ninguém ouviu nem viu. — “Bem — disse comigo mesmo — vamos atrás dessa cachorra para saber o que ela é, e o que pensa.” Abri o guarda-chuva e pus-me a seguir as duas damas. Elas atravessaram a Rua da Ervilha, entraram na dos Burgueses, dali passaram à dos Marinheiros, e finalmente se detiveram diante de um casarão junto à ponte Kokuchkin. — “Conheço esta casa — disse comigo mesmo. — É a casa de Zverkof.” Que coincidência! Quanta gente não mora ali: quantos cozinheiros, quantos hóspedes e quantos irmãos funcionários vivendo uns em cima dos outros como cachorros! Ali mora também um amigo meu que sabe tocar trombeta. As senhoras subiram ao quinto andar. — “Está certo — pensei — desta vez não subo, mas anoto o endereço e não deixarei de utilizá-lo na primeira ocasião.”

(Se quiser ler o resto do diário clica aqui)

Flyer

Um poster que eu fiz para um concertozinho que vai ter aqui no meu bairro... Ah, vai dizer que não ficou bonitinho? Hahaha

Acho digno!

Preciso de grana pra cerveja, drogas e putas (Hey, pelo menos eu não estou enganando você).

sábado, 27 de outubro de 2007

Sabe quando...

Quando você sente que algo louco cresce em você a cada dia que passa, e fica mais intenso e mais intenso. Na verdade, essa coisa toma conta de você, toma conta da sua mente, do seu corpo...

Acho que o que está acontecendo é a coisa mais deliciosa que alguém pode sentir, uma experiência surreal. O Tempo é algo genial.

Never knew I could feel like this
Like I have never seen the sky before
I want to vanish inside your kiss
Every day I love you more and more

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Wenn es passiert - Wir sind helden

Adoro!

Ein herzschlag nur für mich
Und die, die bei mir sind
Augen auf, schaut euch das an
Wer dafür keine tränen hat wird morgen blind
Wenn ihr das nicht liebt, was dann
Jeder liebe das so viel er kann
Ein blitzschlag nur für mich
Und die, die bei mir sind
Wer jetzt zweifelt sieht nicht klar
Ganz egal wie viel davon die zeit sich nimmt
Wer jetzt blinzelt war nicht da

Vielleicht ist es wirklich nur ein jahr
Aber ich will niemals fragen wo ich war
Wo war ich als das wahr war

Ich will da sein
Wenn die zeit einfriert
Ich will da sein
Wenn sie explodiert
Und wenn sich dabei
Mein verstand verliert
Ich will da sein
Wenn es passiert

Ein herz, ein schlag, ein blitz
Für die, die einsam sind
Augen auf schaut euch das an
Wollt ihr wirklich zählen wie die zeit verrinnt
Wenn die welt auch so etwas kann

The great escape - Patrick Watson

Bad day, looking for a way,
home, looking for the great escape.
Gets in his car and drives away,
far from all the things that we are.
Puts on a smile and breathes it in
and breathes it out, he says,
bye bye bye to all of the noise.
Oh, he says, bye bye bye to all of the noise.

Hey child, things are looking down.
That’s okay, you don’t need to win anyways.
Don’t be afraid, just eat up all the gray
and it will fade all away.
Don’t let yourself fall down.

Bad day, looking for the great escape.
He says, bad day, looking for the great escape.
On a bad day, looking for the great escape,
the great escape.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Hoje eu mato um!

Nossa, o que é isso gente? Hoje meu dia está literalmente uma bosta. Que raiva daquele colegio, que raiva dessa família.

Putz, eles gostam muito de privacidade, é uma frescura do caralho pra entrar no quarto deles, aí quando eu chego em casa, meu pai entrou no meu quarto pra "consertar" a janela, e sobe encima da minha cama de SAPATOS (pq ainda está a marca) e ainda PIOR, ele mexendo na parede caiu a areia da pintura toda na minha cama, e o filho da puta ainda nem limpa, e nem quer saber. Além do meu quarto estar numa bagunça total, ele poderia ter esperado eu chegar pra eu arrumar, afastar a cama e ele fazer o trabalho.

PUTA QUE PARIU, que raiva.

domingo, 21 de outubro de 2007

Ressaca.

Aun minha cabeça!

sábado, 20 de outubro de 2007

Bling Bling

Goose e Bloc Party dia 3 e 11 de novembro.

A Morte - Pedro Bial

Assisti a algumas imagens do velório do Bussunda, quando os colegas do Casseta & Planeta deram seus depoimentos, parecia que a qualquer instante iria estourar uma piada,estava tudo sério demais, faltava a esculhambação, a zombaria, a desestruturação da cena, mas nada acontecia ali de risível, era só dor e a perplexidade, que é mesmo o que causa em todos os que ficam. A verdade é que não havia nada a acrescentar no roteiro: a morte por si só, é uma piada pronta. A morte é ridícula. Você combinou de jantar com a namorada, está em pleno tratamento dentário. Tem planos para semana que vem, precisa autenticar um documento em cartório. Colocar gasolina no carro e no meio da tarde... Morre. Como assim? E os e-mails que você ainda não abriu? O livro que ficou pela metade? O telefonema que você prometeu dar a tardinha para um cliente? Não sei de onde tiraram esta idéia: morrer... A troco de que? Você passou mais de 10 anos da sua vida dentro de um colégio estudando fórmulas químicas que não serviram para nada, mas se manteve lá, fez as provas, foi em frente. Praticou muita educação física, quase perdeu o fôlego. Mas não desistiu. Passou madrugadas sem dormir para estudar pro vestibular mesmo sem ter certeza do que gostaria de fazer da vida, cheio de duvidas quanto à profissão escolhida... Mas era hora de decidir, então decidiu, e mais uma vez foi em frente... De uma hora pra outro, tudo isso termina... Numa colisão na freeway... Numa artéria entupida... Num disparo feito por um delinqüente que gostou do seu tênis... Qual é? Morrer é um chiste. Obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém, sem ter dançado com a garota mais linda, sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferida. Você deixou em casa suas camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no varal, e penduradas também algumas contas... Os outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas, a mexer nas suas gavetas... A apagar as pistas que você deixou durante uma vida inteira. Logo você que dizia: das minhas coisas cuido eu. Que pegadinha macabra: você sai sem tomar café e talvez não almoce, caminha por uma rua e talvez não chegue na próxima esquina, começa a falar e talvez não conclua o que pretende dizer. Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo, curte costelas gordas e mulheres magras e morre num sábado de manha. Se faz check-up regulares e não tem vícios, morre do mesmo jeito... Isso é para ser levado a sério? Tendo mais de cem anos de idade, vá lá, o sono eterno pode ser bem vindo... Já não há muito mesmo a fazer, o corpo não acompanha a mente, e a mente também já rateia, sem falar que há quase nada guardado nas gavetas. Ok, hora de descansar em paz. Mas antes de viver tudo?

Morrer cedo é uma transgressão, desfaz a ordem natural das coisas. Morrer é um exagero. E, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das piadas. Só que esta não tem graça.

Por isso viva tudo que há para viver. Não se apegue as coisas pequenas e inúteis da vida... Perdoe sempre!

Definitivo - Carlos Drummond de Andrade

Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.
Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável. O sofrimento é opcional...

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Quer saber?

Não abra mão de ser criança de vez em quando.
É uma delícia.

Eu quero,

Nadir Afonso
Nelson Aguilar Felipe Marozini (Fotocolágem)
Giovanna Vilela

Susto.

Ontem à noite eu tive uma sensação bem assustadora. Eu estava dormindo virada para a parede, de repente senti como se alguém estivesse em pé parada atrás de mim e tentava me tocar, eu virei com um pulo, e fiquei olhando para todos os lados sentindo uma energia pesada. Ja aconteceu isso com vocês?

Nossa, é assustador.

Vinícius de Morais

Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos...

Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido... Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre...

Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nos e-mails trocados...

Podemos nos telefonar... conversar algumas bobagens. Aí os dias vão passar... meses... anos... até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo...

Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto!!! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!

A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para um último adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos...

Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado... E nos perderemos no tempo...

Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades...

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores... mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Soneto XVII

Se te comparo a um dia de verão
És por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chão
E o tempo do verão é bem pequeno.

Ás vezes brilha o Sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na terna mutação da natureza.

Mas em ti o verão será eterno,
E a beleza que tens não perderás;
Nem chegarás da morte ao triste inverno:

Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver.

William Shakespeare

Meu vício.

Tomates secos, de preferência no azeite com ciabatta e claro, vinho tinto. Lecker!

Festa da Sab-Sab

Gente, terça foi niver da minha amiga Sabrina, ela fechou uma boate e mandou uma limo branca nos pegar em casa. Acho digno! haha

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Tem sorriso mais lindo que esse? Não!

"Entre tantos outros, entre tantos anos. Que sorte a nossa hein? Entre tantas paixões. Esse encontro. Nós dois, esse amor. Ainda bem."

Jack Daniel's

Se for Whisky, tem que ser Jack Daniel's haha

Valores morais

O pensamento filosófico de Nietzsche pode ser comparado a uma espécie de sensor que registra e antecipa questões e desafios de nosso século. Sua ambição é realizar um diagnóstico fiel da situação do homem moderno. Para ele, não resta dúvida de que, herdeiro dos progressos do Iluminismo, julgamo-nos liberados das cadeias da ignorância e da superstição. Confiantes nas possibilidades advindas da utilização industrial da ciência e da técnica, estamos certos de poder descobrir todos os segredos do universo e construir uma sociedade expurgada de todas as formas de opressão, violência, exploração. Afinal, somos devotos do deus Logos*, confiantes em sua onipotência.

Nietzsche, porém, meditou sobre o lado obscuro, as conseqüências que poderiam resultar do otimismo desenfreado embutido nessa convicção. Esse otimismo representa, para ele, a face resplandecente de um avesso sombrio: o mesmo progresso conduz inexoravelmente à exaustão dos valores herdados da tradição, à sua impossibilidade de dar sustentação a futuros projetos viáveis, no campo quer do conhecimento, quer da ética, quer da política.

Nietzsche se encontrava no limiar de uma experiência do mundo em que, como conseqüência dos progressos do conhecimento, noções como Verdade, Falsidade, Justiça, Bem, Mal, Virtude tinham sido relativizadas, não podendo mais responder a nossa eterna pergunta pelo sentido da existência. Para ele, não cabia ao filosofo justificar ou condenar esse estado de coisas, mas constatá-lo; essa constatação seria, então, o único caminho que permite vislumbrar uma saída. Toda tentativa de negar essa condição representa não apenas uma desonestidade intelectual e moral, mas sobre tudo o risco da catástrofe; ou seja, a possibilidade de que o esvaziamento de valores autênticos nos conduza de volta à barbárie, à destruição daquilo que de mais precioso a humanidade conquistou ao longo da história: a dignidade da pessoa humana.

Por essa razão, Nietzsche dedicou sua vida a realizar três tarefas principais: compreender a lógica desse movimento contraditório ao longo do qual o progresso do conhecimento leva à perda de consistência dos valores absolutos; a partir daí, denunciar todas as formas de mistificação pelas quais o homem moderno oblitera sua visão dos perigos de sua condição; por fim, destruídos os falsos ídolos - e esses são os valores mais venerados pelo homem moderno -, assumir corajosamente o risco de pensar novos valores, abrir novos horizontes para experiência humana na história.

* Logos: palavra grega que significa “palavra”, “discurso” e “razão”; termo que dá origem à palavra “lógica” e que, em sentido amplo, é equivalente a “racionalidade”.

Fonte: Folha Explica

Que delícia.

Que saudade desses pentelhos.

Sabe quando...

Quando você percebe que está crescendo, e é assustador? Quando se dá conta que a vida é sim um ciclo, e é assustador?

Mas há vida.

Mas há a vida
que é para ser
intensamente vivida, há o amor.

Que tem que ser vivido
até a última gota.
Sem nenhum medo.
Não mata.

Clarice Lispector

You know what I mean.

Se você encher uma panela e fervê-la, jogue um sapo e ele irá pular imediatamente fora. Coloque o sapo na água antes de fervê-la e ele morre cozinhado.

Temos que parar de fazer certas coisas achando que temos o controle absoluto da situação. Não temos o controle absoluto de nada, tudo pode acontecer e, talvez, se não percebemos, de repente... Viramos um sapo cozinhado.

Sacomé?

Do que você tem medo?

Eu tenho medo de andar descalço na rua e pegar uma doença que venha de algum bicho morto, eu tenho medo que acendam todas as luzes da boate enquanto eu danço loucamente e não perceba o quanto eu danço idiotamente, eu tenho medo que meu amigo imaginário me deixe falando sozinho, eu tenho medo de ficar sozinho em casa mais de dois dias. Tenho medo de cair e quebrar meus ossos que não são de vidro mas quebram facilmente, tenho medo de morrer afogado, queimado, sufocado. Tenho medo que batam muito forte nas minhas costas e eu tenha mais uma crise de falta de ar, tenho medo de dormir com alguém e acordar no meio da noite devido a uma crise de apneia, tenho medo de ficar pobre, tenho medo de viajar de ônibus ou de carro, tenho medo de ter câimbra no meio da piscina, apesar de nadar muito bem, tenho medo de não conseguir pagar as minhas contas, tenho medo de comprar algo muito caro e na semana seguinte descobrir que entrou em promoção, tenho medo de pegar gripe em locais fechados, tenho medo de ficar cego, tenho medo de ficar burro, tenho medo de não conseguir um bom emprego, tenho medo de ficar surdo, tenho medo de escorregar saindo da piscina, tenho medo de pegar herpes labial, tenho medo de multidão, tenho medo de transar sem camisinha, tenho medo de me atrasar, tenho medo do que todos vão pensar, tenho medo que me apontem, tenho medo que me ignorem, tenho medo de contar piadas, tenho medo de ter uma crise de riso na oração do natal, chego ao ponto de ter medo do medo que eu talvez sinta de algo.
A única coisa que eu não tenho medo, agora, é de amar de verdade, talvez essa seja a maior forma de coragem, vocês não acham?

Thiago Eury

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Missy Higgins - Don't Ever

Let's take the train to anywhere,
I wanna feel the wind in my hair with you.
Let's tell them all, that soon they'll know
How very wrong they were to think we'd never go,

And if you tell me yours i'll tell you mine
And we will clean the cobwebs out of one another's minds.

Don't ever say you've tried to leave me in this life
Don't ever say you've tried for the last time.

We'll get a house where the trees hang low
And pretty little flowers on our window sill will grow
We'll make friends with the milk man
And the butcher mr. timms will give us discounts when he can.

And if you tell me yours i'll tell you mine
And we will clean the cobwebs out of one another's minds.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Para tudo!

Gente, I felt in love. Hoje no meu vício de Youtube acabei vendo um dos featured artists e o encontrei. Patrick Watson, um canadense, excelente pianista, compositor e cantor. Um som com arranjos criativos, com mudanças de ritmo que mexem com a gente. O cara é genial! O mais novo album "Close to Paradise" é bem chill e delicioso. Tem um toque mágico, parece uma trilha sonora de Peter Pan, rs. Não paro de ouvir. Se quiser baixar (por torrent) clica aqui.

Assiste esse vídeo maravilhoso dele:

Arrasou!

O Contador de Histórias.

Caía um fio de luz alaranjado por sobre o cabelo castanho do escritor, as mechas lisas e rebeldes eram aradas constantemente pelos dedos brancos recendendo a cigarro e, vez por outra um grupo de fios era afastado sem delicadeza da testa crispada num tom de sofrida meditação. As sobrancelhas escuras juntavam-se num tortuoso pensamento e logo se estendiam como se relaxassem após desvelar a alma da idéia. Racional, sarcástico, paradoxal: tintas que revestiam a matéria humana postada diante do computador. Para inventar mundos.

Empoleirada no sofá eu o espiava. Em minhas mãos uma caneca de café exalava fumaça que se descortinava ao meu sopro. Precisava de limpidez para o ato compulsivo de olhá-lo sem pudores no seu vício solitário. Entregava-me à contemplação por horas, sendo ignorada pelo objeto contemplado, tomando como foco central e exclusivo a sua presença silenciosa. No entanto cada suspiro, cada folhar de páginas, cada murmúrio, cada bocejo ou espreguiçar jorrava no meu pacato universo de observadora ondas de arrebatamento. Ele se virava na cadeira e me endereçava um longo olhar de operário da escrita. Um redemoinho se formava perigoso encrespando o líquido das minhas veias e as construções urbanas do meu corpo. Bastava um olhar (amplo e devastado) para que um curto-circuito desconjuntasse minhas melhores sinapses. Mas quem desejava pensar? Sentir era-me o momento glorioso.

Continha-me no impulso de jogar-me nos seus braços ou refestelar-me em colo de jeans. A intenção era lhe provar a minha (suposta) maturidade emocional, afinal ele trabalhava no seu conto e tinha um prazo a obedecer. Mas a vontade que eu tinha era de me jogar em seus braços e deitar meu corpo sobre o dele com a intenção de brincar com os seus sentidos, agora, amortecidos pela razão.
E ele sabia o que se passava comigo. Mantinha um sorrisinho superior, enquanto se voltava à frente do monitor. Logo a expressão mudava, as sobrancelhas se uniam, um sulco se formava entre os olhos que teciam considerações ficcionais, os lábios se curvavam num trejeito irônico. Sim, ele combinava os elementos químicos da fórmula.

E eu estirada no sofá.

O sol avançava para o epicentro da sala, banhava o tapete e se aproximava lânguido até as minhas pernas nuas. A carícia morna me beijava a pele e subia pelo meu corpo sem qualquer acanhamento. Admirava a ternura do sol cometendo adultério com a mulher do escritor. Abandonei-me aos afagos. Nem bocejei antes de fechar os olhos. Ao longe ouvia a voz tão familiar, a trilha sonora de uma vida, ela reclamava de um parágrafo mal construído.
As pálpebras descansavam dormentes, os cílios se entrelaçavam como numa teia negra de aranha, meus poros recebiam a frescura tépida da tarde. Embalava-me na vertigem.

O contador de histórias imprimiu a página, revisou o texto, sorriu satisfeito mas a felicidade não era completa. Faltava algo. Ele sempre se sentia assim tateando uma sensação, um sentimento tão profundo quanto vago. Fitou novamente a obra, o conto que lhe partira dos desejos mais íntimos e da intensa solidão.
Sentou-se em frente ao computador e recebeu o estilhaço glacial de uma página em branco. Forçou-se a escrever. Deveria. Era a sua arte, a sua pulsação.

Voltou-se para o sofá vazio em busca da mulher. A ausência se fez presente como um fantasma debaixo de um lençol. Estava só e aterrorizado. E essa constatação lhe embaraçou a mente de tal forma que se pôs a criar em delírio, quase como um surto psicótico. Finalizou, então:

“Por mais que o sol me seduzisse e me levasse para lugares insólitos, despovoados e febris, havia apenas um ponto de encontro que me assegurava paz. Voltei da viagem, livrei-me dos raios solares que me penetravam o corpo e bati à porta de um escritor… FIM”
O homem que escrevia, confiou.

Acordei diante de uma porta fechada, ainda ouvia a voz familiar dentro de mim. Por um momento, não sabia o que fazer, vendo a tarde cair e ser engolida pela noite. Havia uma porta a minha frente. Uma porta. E através dela via-me empoleirada num sofá, bebericando café e espiando alguém que trabalhava no ofício de paixão e danação.

Bati à porta, enfim.

- Acho que consigo te deixar entrar… – o contista falou, fingindo que não sabia que era dono daquela personagem.